sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Uma análise, uma denúncia


Como sempre, Francisco de Assis é ousado e seguro nas suas opiniões marcadas pela sensatez. Quanto à questão da Catalunha, acrescento um email enviado por João Sena, que achei curioso e me deixou abismada, caso seja verdadeiro. Mas a Internet confirma.
1º ARTIGO: As propostas de Macron para o relançamento da União Europeia
Francisco Assis
Público, 29 de Setembro de 2017
1. Emmanuel Macron proferiu recentemente dois relevantes discursos sobre o tema europeu. Não por acaso, escolheu como cenários dois locais repletos de simbologia pela importância que têm na história cultural do Ocidente: a colina da Pnyx, em Atenas, sítio onde habitualmente decorriam as assembleias amplamente participadas pelos cidadãos atenienses no período clássico, e a Sorbonne, que representa a tradição de reflexão associada ao mundo universitário europeu.
O Presidente francês, que muito rapidamente se tornou na nova bête noire da extrema-esquerda, reiterou uma vez mais o seu compromisso com aquilo que convencionalmente designamos por projecto europeu. Em Atenas, recorrendo a um discurso um pouco mais abstracto do que é comum nos dirigentes políticos, atribuiu especial ênfase ao conceito de soberania europeia, aproximando-se desta forma de um pensamento federalista que nos últimos anos não tem encontrado destacados defensores. Nisso, Macron singulariza-se e dá sinais de ousadia e coragem. As suas palavras foram muito claras, começando por afirmar a importância do conceito de soberania enquanto expressão da capacidade dos povos decidirem por eles próprios, de fixarem as suas regras e de escolherem o seu futuro, para logo de seguida recusar frontalmente a identificação absoluta deste conceito com a dimensão nacional. Ao opor desta forma uma nova soberania europeia às velhas e tradicionais soberanias nacionais, Macron dá um passo decisivo para o relançamento do debate em torno da natureza mais profunda da União Europeia.
Já em Paris, na quarta-feira, concentrou-se na enunciação de propostas concretas imbuídas da vontade de dar expressão prática ao que antes tinha tão bem teorizado em Atenas. Defendeu a ideia da existência de uma vanguarda europeia constituída pelo conjunto dos países empenhados em avançar mais depressa na incrementação dos mecanismos integradores nos domínios económico, orçamental, fiscal e social; preconizou a existência de listas de âmbito transnacional nas eleições para o Parlamento Europeu, que conviveriam com as listas nacionais actualmente existentes; voltou a insistir na tese da criação de um ministro europeu das Finanças e no substancial aumento do orçamento da zona euro.
A circunstância de este discurso ter sido proferido três dias depois da realização das eleições alemãs, onde se verificaram resultados aparentemente desfavoráveis ao sucesso das posições do Presidente francês, apenas realça a sua clara vontade de restituir à França um papel determinante na condução dos destinos europeus. Macron sabe que a primeira condição para que isso possa acontecer é a da reconstituição do chamado eixo franco-alemão, numa base de equiparação da importância e do estatuto dos dois países. Nos últimos anos não foi isso que se verificou, dada a posição hegemónica assumida pela parte germânica. Dando provas de pragmatismo, e ao mesmo tempo que se assume como um igual da chanceler Merkel, o Presidente francês empenha-se em remover alguns dos assuntos que poderiam suscitar profundas reservas da parte alemã, como a ideia da mutualização das dívidas públicas passadas, sem, contudo pôr de lado a emissão de eurobonds para financiamento de novos projectos de financiamento, visando o aumento da competitividade das economias europeias. Este misto de voluntarismo e de realismo confere a Macron uma credibilidade e um prestígio que nenhum outro Presidente francês logrou alcançar no decorrer das duas últimas décadas.
É verdade que não será fácil o caminho que os defensores de uma Europa mais integrada se propõem percorrer nos próximos tempos. Os resultados eleitorais alemães vieram lembrar-nos isso mesmo. Angela Merkel terá pela frente uma tarefa muito difícil, dada a necessidade de conciliar orientações sobre a política europeia nitidamente diferenciadas seja qual for a solução governativa que vier a concretizar-se. O crescimento da extrema-direita, com a consequente erupção da mesma no plano parlamentar, e o mau resultado obtido pelo SPD, poderão conduzir a um afastamento de posições mais centristas por parte dos dois maiores partidos germânicos, o que teria consequências muito negativas no plano europeu. Esse é aliás um dos maiores riscos com que a Alemanha se vai defrontar nos próximos anos. Daí que não possa deixar de sublinhar quão errados são os comentários produzidos por algumas personalidades da esquerda portuguesa que optaram por se comprazer com aquilo que designaram como uma derrota dos entendimentos ao centro. Na sua ânsia de vergastar as posições mais moderadas, esta esquerda de vistas curtas abre a prazo as portas ao sucesso dos extremismos. Cá estaremos para continuar a combatê-la.
2. A Espanha está a viver a sua situação interna mais tensa desde a tentativa de golpe de Estado de 23 de Fevereiro de 1981. O que se está a passar na Catalunha é de tal modo complexo e importante que suscita o interesse de uma vasta parte da opinião pública internacional. Por razões óbvias, nós, portugueses, temos uma propensão especial para acompanhar e analisar tudo o que ali se tem vindo a passar. O problema catalão só pode ser resolvido através de respostas de natureza política que terão de ser encontradas num contexto de negociação pacífica entre as diferentes partes envolvidas. Uma coisa, porém, deve ser afirmada no presente contexto: são intoleráveis as acusações que de forma desvairada têm sido dirigidas ao Estado espanhol, como se este não obedecesse, na sua configuração e no seu funcionamento, ao modelo constitucional democrático-liberal que garante as liberdades públicas e o respeito pelo pluralismo das opiniões. Acresce ainda que a moderna Espanha democrática consagrou um modelo de organização territorial que confere às autonomias verdadeiros poderes em múltiplas áreas de grande importância. Ignorar tudo isto e pretender atribuir às instâncias políticas ou judiciais deste Estado democrático comportamentos idênticos aos que vigoram nos regimes autoritários releva da pura má fé. Uma coisa é admitir a necessidade de promover concertadamente alterações constitucionais, que no limite possam mesmo permitir a realização de um referendo sobre a independência da Catalunha. Outra coisa é insultar uma bem-sucedida experiência democrática como é aquela que se tem verificado em Espanha após o fim do Franquismo.
Nos últimos dias foram publicados textos nalguns casos assinados por figuras relevantes do presente situacionismo nacional ? em que se chegava a apelar aos méritos da insubordinação civil contra as regras de um Estado de Direito em termos tais que não podem deixar de suscitar uma profunda preocupação. Não será aliás por acaso que alguns dos autores desses mesmos textos se tenham destacado no passado por sempre se terem recusado a condenar os crimes terroristas praticados pela ETA. Ora, uma tal incapacidade de condenação do terrorismo assassino da ETA releva da pura abjecção. Não venham agora personagens deste calibre dar lições de democracia à generalidade dos espanhóis.
2º TEXTO (via email): Subject: Banca Andorreña
La prisa que le ha entrado al gobierno catalán por independizarse de España tiene un nombre y una fecha: el nombre es ANDORRA y la fecha el 1 de enero de 2018. COMPARTIR.
La verdadera razón por la que la antigua CIU tiene tanta prisa por la independencia es porque con el final del secreto bancario de Andorra se reportará a partir de 2018 todos los datos fiscales a los gobiernos de países de la UE, con lo que saldrá a la luz la ingente cantidad de dinero que la oligarquía catalana ha robado durante más de 30 años (lo que ha salido de Pujol es solo un aperitivo). Constituyendo un país propio ESCAPARÍAN de la Justicia Española.
En los últimos meses la Generalitat ha ingresado en bancos suizos 33.000 millones de euros para el mantenimiento de una república catalana durante los próximos 3 años. Dinero que nunca volverá a Cataluña, porque servirá para que los sinvergüenzas que han organizado esta sedición vivan como reyes cuando escapen de España, después de haber enfrentado y separado por muros de odio a los catalanes.
COMPARTIR, para que llegue a conocimiento de los pobres IMBÉCILES que se están enfrentando a la Guardia Civil y a la Policía Nacional. Que la cosa no va de sentimientos, va de pasta, la que nos han robado,a todos. Y que se enteren que a ellos, a los IMBÉCILES, les están tomando el pelo. Y que los más IMBËCILES son los Mossos, que por su inacción se quedarán sin empleo.  

http://www.lavanguardia.com/economia/20161211/412533819276/final-secreto-bancario-andorra-dispara-regularizaciones.html

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