A nove de Junho
quatro anos passaram
A onze de Junho são trinta e oito
Que, com cento
e seis, a nossa mãe morreu,
Que nos deixou
nosso pai aos setenta e oito,
Ambos só entregando
a sua alma
Depois que a
minha irmã os seus festejou,
Um dia antes da
nossa mãe,
Três dias antes
do nosso pai,
Como constatei com
admiração
Depois que a
nossa mãe os seus olhos fechou
E já assistira, trinta e oito anos antes,
Quando ao nosso
pai o mesmo aconteceu.
Hoje estamos a
dez e festejo os três
Lembrando o
passado de muita atenção
Que nossos pais
sempre concederam
À minha irmã e
assim esperaram
Pelos seus anos
para só então morrerem,
Passando-lhe a
pasta da responsabilidade
Que ela
continua a reger
Com inegável
facilidade.
Mas também é
ela que mantém sempre vivas
As flores da
campa semanalmente
Mudando as
águas das jarras e florindo-as
No jeito que
sempre existiu
De respeito e
amor e delicadeza
Pela beleza
Do espaço em
que se vive
Ou se viveu.
E aqui vão
atrasados os parabéns
À minha irmã,
pois esperei
Que este dia
dez
Mediana entre o
nove e o onze,
Os envolva aos meus
pais e irmã
No laço de
antigamente,
Na saudade
sempre presente,
No desejo de
duração
Dessa
recordação
Em nós
Em nós
Indefinidamente.
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