domingo, 30 de abril de 2017

Mas é essa França que amamos

Não importam essas verdades históricas, que Vasco Pulido Valente tão bem resume, de uma nação que foi ocupada e naturalmente perdeu vitalidade, tal como nós perdemos a nossa nos 60 anos de ocupação filipina. Não é para desprezar, é para admirar sempre, depois de lamentar. A França ergueu-se, tant bien que mal e continua a esforçar-se, tant bien que mal. Mas o facho que ela representa na orientação de tantos povos, esse ninguém o extinguirá nunca. Ainda que fique só para a história, como farol orientador dos caminhos, como o foram as civilizações grega e latina, a pontuar os tempos seguintes. Da França vieram escolas literárias e artísticas, mas veio sobretudo um pensamento gradualmente desenvolto, que culminaria numa revolução, em que a generosidade da filosofia que a motivou descambaria em crueldades gratuitas dos ódios feitos de ambições e invejas. Mas as ideias - justas e generosas - permaneceram, e hoje são pertença universal, pese embora o sentimento de desgosto por um ensino nosso, para quem o francês - como o latim ou o grego - deixaram quase de embaraçar os currículos escolares.
Quanto a Marine Le Pen, será que ela não terá alguma razão ao procurar defender o seu país contra a penetração cada vez mais acintosa de povos doutras religiões e culturas que naturalmente irão destruindo a tessitura das suas, caso não surja um volte-face numa Europa hipocritamente generosa no acolhimento de seres que se vão impondo avassaladoramente e aterrorizando e sujando e destruindo? E construindo mesquitas… É o que diz um email que me foi enviado por João Sena, sobre as centenas e até milhares de mesquitas existentes só em França.
Penso no país onde colhemos tanto do que fomos e ainda somos. Eça já o dizia no seu longo artigo “O Francesismo”, onde ele próprio se repoltreou - mas não só - a beber do seu leite criativo. Por isso, nunca poderia pensar numa França humilhada. Para mim, a França é toda a graça e harmonia dos seus escritores e dos seus pintores, de todo um povo que fez de Paris uma cidade tão inteligentemente e harmoniosamente estruturada, nos seus tons cinzentos de firmeza e equilíbrio, onde nada parece destoar, como ainda há pouco pude constatar com a série de imagens que dela recebi por email.

1º Texto: Diário de Vasco Pulido Valente
A humilhação da França
OBSERVADOR, 30/4/2017
… hopes expire of a low dishonest decade… (W. A. Auden)

Se a sra. Le Pen ganhasse, seria uma catástrofe para Portugal, que vive do Euro e do BCE. Mas por isso mesmo talvez seja bom compreender os franceses que votaram nela e muitos que não votaram. Não basta chamar à criatura racista, xenófoba e autoritária por muito que seja bom desabafar. O problema essencial da França vai para além disso: é, como diz Le Pen, um problema de identidade. Explicando por partes e não indo muito atrás para não complicar as cabeças; a França sempre se considerou “a Grande Nação”, o centro da Europa e do mundo. Mas, militar e politicamente, há muito tempo que se tornou numa potência de 2ª. classe, que não intimidava ninguém. A Alemanha invadiu a França três vezes de 1870 a 1940 e só não tomou conta de tudo da segunda vez, em 1914-1918, por obra e graça da Inglaterra e da América. A invasão nazi foi a pior, com o efectivo fim do exército francês e quatro anos de colaboracionismo e ocupação. A insistência de de Gaulle conseguiu que a França figurasse – e figurar é a palavra – nas negociações e na vitória, mas toda a gente percebeu que se tratava de uma fraude para salvar o orgulho da França. E, em nome desse mesmo orgulho, de Gaulle também criou o mito de que a nação inteira unanimemente resistira (quando ela quase unanimemente colaborara) e que a resistência fora geral quando ela fora episódica e rara e só agira com algum efeito depois do desembarque aliado na Normandia em 1944.
O Francês tinha sido durante séculos a língua da diplomacia, da boa sociedade e do bom gosto. A seguir à II Guerra, o Inglês substituiu o Francês e acabou por se tornar a língua franca do mundo inteiro. Paris era o centro cultural do Ocidente: lá nasciam ou de lá chegavam a grande literatura, a grande pintura, a grande filosofia e o pensamento político da moda. Mesmo nós, nesta aldeia, tivemos de sofrer o existencialismo, o neo-marxismo, o freudo-marxismo e as várias tendências do estruturalismo. Na minha geração, era obrigatória uma visita a Paris por volta dos vinte anos. Hoje essa peregrinação é a Nova York.
O que ficou à França da sua antiga “grandeza”? Como se reconhece o patriota médio, nesse país endividado, fraco, na prática submetido à autoridade financeira da Alemanha e há dezoito meses em Estado de alerta por causa de uma série de atentados terroristas? Não se reconhece; e o “chauvinismo” francês, que continua tão vivo e violento como de costume, abafa de cólera.
A sra. Le Pen não irá provavelmente ganhar. Mas ganhe ou não, a desforra da presente humilhação da França, essa, é mais do que certa.

«2º Texto: Situação em França que merece reflexão ....

Atentem bem neste número. 2.248 mesquitas !! E leiam o que se segue ... Depois admiram-se de surgirem movimentos extremistas como a FN .
A conquista da França ???
Alsácia
 67 - Bajo Rhin (43 mesquitas)    68 - Alto Rhin (34 mesquitas)
Aquitânia
24 - Dordogne (6 mesquitas)      33 - Gironde (31 mesquitas)      40 - Landas (2 mesquitas)     47 - Lot y Garona (18 mesquitas)      64 - Pirenéus Atlânticos (5 mesquitas)
Auvernia
03 - Allier (13 mesquitas)    15 - Cantal (2 mesquitas)    43 - Alto Loire (3 mesquitas)     63 - Puy de-Dôme (27 mesquitas)
Baixa Normandía
14 - Calvados (8 mesquitas)   50 - La Mancha (7 mesquitas)      61 - Orne (10 mesquitas)
Borgonha
21 - Costa de Oro (21 mesquitas)   58 - Nievre (5 mesquitas)    71 - Saône-et-Loire (21 mesquitas)    89 - Yonne (17 mesquitas)
Bretanha  
22 - Costas de Armor (3 mesquitas)   29 - Finisterre (7 mesquitas)   35 - Ille-et-Vilaine (10 mesquitas)   56 - Morbihan (10 mesquitas)
Centro
18 - Cher (9 mesquitas)   28 - Eure e Loir (17 mesquitas)   36 - Indre (2 mesquitas)
37 - Indre e Loire (9 mesquitas)   41 - Loir e Cher (8 mesquitas)   45 - Loiret (29 mesquitas)
Champanha-Ardenos
08 - Ardenas (11 mesquitas)   10 - Aube (23 mesquitas)  51 - Marne (22 mezquitas)   52 - Alto Marne (12 mesquitas)
Córsega
2A - Córsega do Sul (8 mesquitas)   2B - Alta Córsega (8 mesquitas)
Condado Franco
25 - Doubs (27 mesquitas)   39 - Jura (15 mesquitas)   70 - Alta Saboia (12 mesquitas)   90 - Territorio de Belfort (8 mesquitas)
Alta Normandía
27 - Eure (26 mesquitas)   76 - Sena Marítimo (35 mesquitas)
Ilha de França
75 - Paris (60 mesquitas)   77 - Sena e Marne (64 mesquitas)   78 - Yvelines (68 mesquitas    91 - Essonne (40 mesquitas)   92 - Altos de Sena (51 mesquitas)   93 - Sena Saint-Denis (146 mesquitas)   94 - Valle do Marne (66 mesquitas)
95 - Valle do Oise (88 mesquitas)
Languedoc-Roselhlón
11 - Aude (19 mesquitas)    30 - Gard (32 mesquitas)   34 - Hérault (41 mesquitas)   48 - Lozère (2 mesquitas)    66 - Pirenéus Orientais (22 mesquitas)
Limousin
19 - Corrèze (7 mesquitas)   23 - Creuse (4 mesquitas)   87 - Alta Viena (10 mesquitas)
Lorena
54 - Meurthe e Moselle (35 mesquitas)   55 - Meuse (19 mesquitas)   57 - Moselle (48 mesquitas)
88 - Vosgos (18 mesquitas)
Pirenéus médios
09 - Ariege (8 mesquitas)   12 - Aveyron (5 mesquitas)   31 - Alta Garona (25 mesquitas)   32 - Gers (8 mesquitas)   46 - Lote (4 mesquitas)   65 - Altos Pirenéus (3 mesquitas)   81 - Tarn (13 mesquitas)    82 - Tarn e Garona (9 mesquitas)
Pas de Calais Norte
59 - Nord (103 mesquitas)    62 - Paso de Calais (39 mesquitas)
Regiões do Loir
44 - Loir Atlántico (19 mesquitas)   49 - Maine e Loir (12 mesquitas)   53 - Mayenne (4 mesquitas)    72 - Sarthe (11 mesquitas)   85 - Vendée (2 mesquitas)
Picardie
02 - Aisne (13 mesquitas)   60 - Oise (34 mesquitas)
80 - Somme (15 mesquitas) 
Poisou-Charentes
16 - Charente (4 mesquitas)   17 - Charente Marítimo (5 mesquitas)   79 - Deux-Sevres (5 mesquitas)   86 - Viena (3 mesquitas)
Provença - Alpes - Costa Azul
04 - Alpes da Alta Provença (7 mesquitas)   05 - Alpes Altos (0 Mesquita)    06 - Alpes Marítimos (42 mesquitas)   13 - Bouches-du-Rhône (98 mesquitas)  83 - Var (28 mesquitas)   84 - Vaucluse (32 mesquitas)
Rhône - Alpes
01 - Ain (38 mesquitas)      07 - Ardèche (15 mesquitas)    26 - Drôme (10 mesquitas)     38 - Isère (49 mesquitas)     42 - Loire (44 mesquitas)     69 - Rhône (82 mesquitas)     73 - Saboia (20 mesquitas)          - Alta Saboia (38 mesquitas)

E depois dizem que não têm mesquitas para fazer as suas orações.
Há um total de 2.248 mesquitas declaradas em França (e outras não declaradas).
França está a ser invadida pouco a pouco e as igrejas cristãs estão a desaparecer»

“Tudo menos ter razão”



O primeiro artigo que segue, de Alberto Gonçalves, é sobre o conceito de liberalismo, em função da imposição de leis que retiram ao homem o livre arbítrio, o segundo, sobre umas críticas, que também ouvi ontem, de Passos Coelho ao Governo e suas manipulações “orientadoras” do “rebanho” de que tratou o primeiro, rebanho essencialmente vocacionado para acatar que outros decidam por ele, desde que lhes não falte o pasto. Quanto ao significado de liberalismo, o melhor é deixar correr, deveres não são connosco, preferimos salientar os direitos de homens livres, mesmo que os distúrbios que provocamos com isso, na liberdade que nos resta como único entendimento do conceito de liberalismo, prejudiquem os vizinhos e, num sentido mais genérico, a nação inteira. E há sempre os chefes sindicais que impõem as regras com muita autoridade, e esses pertencem aos partidos que falaram muito em liberdade do povo que até tem mais força numérica, ruidosa e agressiva, e isso lhes basta como teoria de liberdade ou de liberalismo que vem tudo a dar no mesmo. Aliás, já o dizia Álvaro de Campos à “pequena suja” da sua “Tabacaria”, mandando-a comer chocolates: “Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates”, “Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria”.
Alberto Gonçalves bem o sabe e reconhece que a lição foi de mestre quando afirma que “Os portugueses querem levar a vidinha sem sobressaltos, maçadas e vergonha na cara”. Pelo menos assim não sofrem os horrores espirituais por que passou Álvaro de Campos com a sua “consciência de estar existindo”:
«Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.» (Tabacaria)
Quanto à preocupação de Passos Coelho, que culmina na informação de que as reservas do Banco de Portugal vão ser dilapidadas - as tais que Salazar, previdente, nos deixou, creio que em barras de ouro - “o povo é sereno”, já o disse um almirante, desde que lhe não falte o pasto, não se preocupa com tais ninharias, o Bloco de Esquerda também não, ouvi ontem a uma das Mortáguas. Ou talvez antes à Catarina Martins, que quer dar chocolates ao povo, com que lhe saciarão - ela mais o governo e não sei se o PC - os ímpetos libertários. Mas Costa nega essa coisa do uso das reservas, não vale a pena denegrir, antes que "consummatum sit".




1º Texto:
Não me levem a mal, mas não haverá revolução liberal
OBSERVADOR, 29/4/2017
Os portugueses querem levar a vidinha sem sobressaltos, maçadas e vergonha na cara, promessas em que, por exemplo à imagem de Salazar, a esquerda é exímia. Falar-lhes de liberalismo é um luxo inútil.
À revelia dos meus princípios (é verdade, tenho dois ou três), há oito dias participei num encontro público. Em primeiro lugar, porque se realizou a escassos minutos de minha casa e a minha preguiça tem limites. Em segundo lugar, porque os organizadores são pessoas que estimo e detestaria desapontá-las. Em terceiro lugar, porque o tema era a conversão dos portugueses ao liberalismo e sou um devoto de causas perdidas e esotéricas.
Apareceram dezenas de curiosos, dos 17 aos – faço uma estimativa – 77 anos, talvez metade dos liberais disponíveis no país. Discutiu-se imenso. Não se chegou a conclusão nenhuma. Sobretudo, não saiu dali a sombra de um partido, um movimento, uma comissão, uma “iniciativa” sequer. É escusado acrescentar que a coisa correu maravilhosamente.
Apesar da retórica oficial e oficiosa em sentido contrário, gostar da liberdade não é para todos. Por cá, de resto, é para muito poucos. Há séculos que filósofos, pensadores e génios diversos tentam capturar, com rede ou zagalote, a “identidade” pátria. Eu descobri-a numa reportagem de “telejornal” sobre a eventual proibição de fumar em carros particulares na presença de menores. Inquirido a propósito, enquanto fumava ao volante com o filho no banco de trás, um indivíduo declarou-se irredutivelmente a favor da putativa lei. Ou seja, aquele portento de cidadão apenas esperava que o Estado o impedisse de cometer um comportamento que ele próprio achava condenável. E ele próprio não via nada de condenável nisso.
É natural. Inúmeros compatriotas esperam pelo Estado para quase tudo: a regulação de condutas, um “apoio”, um “jeitinho”, um abrigo, um ralhete, uma norma, um conforto, um emprego, o que calhar. Sem aval superior, nós – e por “nós” entenda-se a população quase em peso – não existimos. Pior ainda, desconfiamos que não somos dignos de existir. Não me canso de repetir, ou, para ser sincero, canso-me bastante: os portugueses são crianças, genuinamente desprovidas de um pingo de autonomia e para cúmulo satisfeitas com a situação. Às vezes resmungam? Claro que sim, já que é dever das crianças resmungar até que as devolvam à ordem ou lhes ofereçam o Cornetto de morango.
Esta semana, os dois principais animadores do encontro acima referido, o Telmo Azevedo Fernandes e o Vítor Cunha, assinaram no Observador artigos acerca da possibilidade de um liberalismo português. Começo pelo artigo do Telmo, que admiro pela inteligência e de que discordo pelo optimismo. Resumindo demasiado, o Telmo defende “a superioridade moral da defesa das liberdades individuais por contraponto a qualquer das alternativas ideológicas existentes”. Aqui, está evidentemente certo. Em simultâneo, defende ser possível convencer as gentes dessa superioridade. E aqui está infelizmente errado.
Os portugueses não são avessos à liberdade por desconhecerem os respectivos benefícios. Os portugueses são avessos à liberdade por conhecerem as respectivas desvantagens – e as vantagens da atitude oposta. Na medida em que deposita o destino nas mãos de cada um, a liberdade implica responsabilidade, risco e uma trabalheira desgraçada, em suma exactamente aquilo que o português evita, ou procura evitar, ao roçar-se diligentemente no Estado.
Menos esperançado que o Telmo, e para o final de um texto tipicamente admirável, o Vítor nota o ponto: “não basta o ‘argumento da superioridade moral do individualismo’”. Mais esperançado que eu, supõe que “a demografia envelhecida e a falência do Estado obeso farão mais pela necessidade de mudança que qualquer acção que os liberais possam directamente promover.”
É raríssimo divergir do Vítor. Logo, aproveito a oportunidade. Mesmo velhos e falidos, duvido que os portugueses culpem o socialismo mitigado ou demolidor em que intermitentemente vivemos. A culpa da derrocada final, se não for do Espírito Santo, será como sempre atribuída a outra força externa qualquer, empenhada por razões obscuras no enxovalho deste valoroso povo. Em parte, aceita-se: quem não se sente capaz de cuidar de si, não se sente forçado a assumir desvarios. O que não se devia aceitar é que os principais culpados, os manhosos senhores que instigam a dependência para reinar sobre multidões submissas, permaneçam invariavelmente impunes.
Ignoro se os portugueses são subordinados cá dentro porque Portugal o é lá fora ou se Portugal é subordinado lá fora porque os portugueses o são cá dentro. Também ignoro se a ancestral pobreza de espírito advém da ancestral pobreza material ou se acontece o inverso. Porém, acredito que, privados de um vestígio de emancipação, somos presa fácil de pantomineiros vários. Acredito que os pantomineiros de hoje desceram a um descaramento inédito. E acredito que o descaramento dos que mandam é proporcional à vassalagem dos que obedecem. Quando, no dia seguinte a fingir comemorar a liberdade, a criatura que passa por primeiro-ministro informa o parlamento de que não lhe deve satisfações e a proeza não implica consequências, o nosso futuro é previsível.
Salvo os irremediavelmente patetas, os portugueses sabem que a liberdade de “Abril” é, no mínimo, um bocadinho fraudulenta. E sabem que a “justiça social” é um eufemismo para o controlo da economia por uns tantos. E sabem que a retórica das “causas” é um projecto de lavagem cerebral. E sabem que o regime é propriedade de grupos, grupúsculos e “personalidades”. Simplesmente não querem saber. Os portugueses querem levar a vidinha sem sobressaltos, maçadas e vergonha na cara, promessas em que, por exemplo à semelhança de Salazar, a esquerda é exímia. Falar-lhes de liberalismo é um luxo inútil, uma excentricidade similar a descrever os méritos do casamento aberto a um membro do Estado Islâmico. O tipo olha-nos com desprezo, vira costas e regressa à rotina de cortar cabeças. Os portugueses não cortam cabeças, mas não têm a sua em grande conta.

2º Texto:
Passos denuncia que democracia “está a definhar” com prática política da esquerda
Líder da oposição acusa esquerda de "atacar instituições independentes" e com isso "enfraquecer a democracia". Diz que Governo não assinou relatório de dívida para não ter "negativa" de Bruxelas.
O líder do PSD alertou este sábado que “a cada dia que passa” Portugal vive uma “democracia cada vez mais limitada”. Na apresentação do candidato do PSD à câmara de Arganil, Passos Coelho denuncia que a “democracia definha” porque a maioria de esquerda segue “uma prática política” de “atacar, desqualificar e ameaçar” as “instituições independentes que não têm o mesmo ponto de vista do Governo”.
O líder da oposição diz que este ataque socialista é dirigido aos “reguladores, ao Conselho de Finanças Públicas, à própria Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO)” e a todos os que “não fazem coro a defender o Governo“.
Passos Coelho diz que o “narcisismo socialista” está a “tornar-se ridículoe acusa bloquistas, comunistas e socialistas de conviverem mal com a crítica. O presidente do PSD defende que “só há uma democracia forte com instituições independentes fortes” e assinala a incoerência entre a prática dos partidos de esquerda e o facto de se sentirem “donos do 25 de Abril.
O líder do PSD falou ainda sobre o relatório do PS e do Bloco de Esquerda sobre a dívida pública, lembrando que “andaram anos a seringar toda a gente que tinha de se reestruturar a dívida e as final as soluções que apresentam não são para reestruturar a dívida, mas para gerir a dívida“. Passos ridicularizou o facto de pedirem que a dívida fosse paga a 45 anos e a juros baixos e atirou:
Percebe-se que o Governo não queira assinar o relatório, para não cair no enxovalho de levar negativa de Bruxelas.”
Passos considera as propostas do relatório “negativas” e próximas “do que José Sócrates fez”. Acusou ainda a esquerda de querer “deitar a mão às reservas do Banco de Portugal, não para pagar dívida, mas para suportar o orçamento do Governo. Querem rapar o fundo ao tacho!”.