sábado, 18 de março de 2017

Os últimos são os primeiros



Mandou-me o Ricardo. Para distrair das preocupações. Mas não vejo o Ricardo no papel do baterista, apesar do título da sua anedota, que não sei se é da sua lavra, julgo que não. Tem antes sabor a invenção inglesa, na fleuma tranquila de uma atitude poderosamente maquiavélica e certeira de maldade.
Mas acho graça que ao Ricardo cheguem sempre emails destes, de malandrice bem urdida, a lembrar que há muita gente sagaz por este mundo, a provar que le rire est le propre de l’Homme, na expressão de Rabelais que se fartou de o fazer.

E chamas-me cínico...
Ricardo Jorge Henriques de Lacerda

Após a confirmação da apresentação da banda para o final do mês, todos os músicos
 foram convocados para os ensaios diários. Logo nos primeiros dias, o líder do grupo começou a ficar preocupado com o grande índice de absentismo dos músicos. O guitarrista não veio no primeiro dia. No dia seguinte, o baixista faltou. E assim, a cada dia, faltava pelo menos um músico: o pianista, o trompetista, depois o saxofonista e o líder ficava cada vez mais preocupado.
Mas ele observou que o baterista não faltou uma só vez.
O ensaio geral foi na véspera do grande dia e o líder falou de sua preocupação em relação ao grande índice de faltas. Ele só via mesmo com sentido de responsabilidade o baterista, que não tinha faltado uma única vez pelo que lhe agradeceu pelo empenho constante.
- Era o mínimo que eu podia fazer - disse o baterista. - Afinal de contas, amanhã eu não vou poder vir tocar.


P.S.: Afinal, o Ricardo mandou-me o nome da dona do face-book onde colheu a anedota: Chama-se ALICE COUTINHO e fica reposta a correcção. Quanto ao título, esse é mesmo da sua autoria, para entrar na brincadeira.
 

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