quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Saber às Pinguinhas 7



História 5
Manual:  Missão História - 8º Ano

Tema: 6 - O contexto europeu dos séculos XVII e XVIII

I - O Antigo Regime Europeu
         1- Definição - Período da História da Europa situado entre o século XVI e finais do séc. XVIII / início do séc. XIX, altura das revoluções liberais).
            2- Características do Antigo Regime:
                        2.1 - Política: absolutismo.
                        2.2 - Sociedade: Divisão em 3 ordens: Clero, Nobreza e Terceiro Estado.
                        2.3 - Economia: mercantilismo.
                        2.4 - Cultura: barroca.
            ( Em Portugal - O Antigo Regime apresenta características específicas.)

2. 1- O Absolutismo Régio
                        A- Características:
                        1) Concentração no Rei dos poderes e funções do Estado: política, justiça, administração e economia.
2) Todos os grupos sociais subjugados ao Rei.

                        B- História do Absolutismo:
                         1- A centralização do poder régio fora iniciada na Idade Média (séc. XII), com medidas reais para recuperação de poderes em poder da nobreza e do clero:
                         2- O pai protector:
O rei foi progressivamente aceite como organizador da defesa nacional, juiz imparcial, defensor do povo contra os abusos senhoriais, como impulsionador do progresso e do bem-estar da nação.
                        3 - O direito divino dos reis:
O rei começou a ser visto como representante de Deus na Terra (por ser herdeiro do trono), governante em Seu nome, apenas a Ele tendo que prestar contas dos seus actos e decisões. Os súbditos deviam-lhe total obediência.
                        Notas:
- Luís XIV de França, o “Rei-Sol”, afirmou: “O Estado sou eu” (“L’État c’est moi”).
            - Em Portugal, sobretudo D. Pedro II e D. João V se identificaram com o absolutismo.

                        C- Os instrumentos do poder absoluto (criados ao longo dos séculos XII a XVIII):
            1) As medidas:
            a) - Criação de órgãos políticos de carácter consultivo, com os conselheiros do Rei.
            b) Funcionários régios substituem, nas suas funções, o Clero e a Nobreza, formando forte máquina burocrática.
            c) Um exército profissional retira protagonismo aos cavaleiros nobres.
            d) A Igreja é submetida ao poder régio, podendo o Rei nomear bispos e outras entidades eclesiásticas.
            e) Controlo das actividades económicas e incentivo aos que mais contribuíam para a riqueza nacional.

            2) Os instrumentos do poder absoluto dos reis criados por estas medidas:
            - Conselho Régio
            - Funcionários régios
- Exército
- Corte Régia.
           
            3) Objectivos dos instrumentos do poder:
- dominar
- fazer-se obedecer.

4) Os melhores instrumentos de poder:
- A Corte Régia, faustosa, com os aparatosos cerimoniais públicos e espectáculos artísticos e culturais favorecendo uma imagem de imponência, luxo e superioridade.
Ex: Criação do Palácio de Versalhes para a Corte de Luís XIV, em 1682, que chega a albergar 100 000 pessoas.

5) Na Europa:
- Muitos monarcas europeus lhe seguem o exemplo, na criação de cortes faustosas, como modo de vigiar e controlar grande parte da nobreza, que lutava pelo seu prestígio social, apelando à generosidade dos reis.

6) Em Portugal:
- D. João V manda construir o Palácio-Convento de Mafra, e patrocina grandes espectáculos públicos no Paço Real.

2.2 - Uma sociedade de ordens
a) A hierarquia da sociedade de ordens - Clero e Nobreza (as classes privilegiadas) e Terceiro-Estado (formado pela burguesia e pelo povo - as classes não privilegiadas) define-se pela posição social das famílias e pelos cargos políticos ou administrativos.
- O mérito e as capacidades dos indivíduos não eram tidos em conta para se subir na escala social.

b) Os privilegiados:
- Funções do Clero : culto, ensino e assistência.
- Funções da Nobreza : funções militares, ocupação de cargos na política e na administração.
Apesar de constituírem uma pequena parte da população - (Clero, 0,5%, Nobreza 1,5%, Terceiro Estado 98%) - estes grupos possuem a maior parte das propriedades. Nas suas terras aplicam as suas próprias leis e justiça. O povo trabalha nestes senhorios e paga rendas e outros impostos a estas ordens privilegiadas. Os privilegiados não pagam impostos e chegam a receber pensões.
c )- O Terceiro Estado:
- Constituído pelo povo e pela burguesia.
- Não tem privilégios, mas é quem produz a riqueza.
- A burguesia é um grupo social novo, que se fortaleceu com o desenvolvimento do comércio colonial. Os burgueses são empreendedores, mas enfrentam muitos obstáculos nas suas pretensões a ascensão social, pois provêm do povo.
- A mobilidade social é muito fraca: Ascender socialmente é difícil, mas a compra de títulos ou a recompensa por serviços prestados ao rei permitem a ascensão social.

2.3- A Economia
a) O peso da agricultura
     Sendo a principal actividade económica nos países europeus, no séc. XVII, a agricultura apresenta baixos níveis de produtividade.
Razões:
- Técnicas e instrumentos agrícolas arcaicos - força humana e animal; instrumentos de madeira e ferro.
- Exploração senhorial das terras - obriga os camponeses a pagarem pesadas rendas.

b) A mercantilização da economia:
            - Durante os séculos XVI e XVII, o comércio internacional desenvolve-se de forma bastante lucrativa.
            - O comércio colonial exige produtos manufacturados, como tecidos, ferramentas,  calçado para trocar com os produtos ultramarinos, o que originou o desenvolvimento das manufacturas.
            - As cidades enriquecem, crescem, os campos produzem matérias-primas (linho, algodão, plantas tintureiras, gado lanígero).
            - Esses factos provocam a mercantilização da economia, sobretudo na França, Holanda e Inglaterra, os países mais competitivos.
            - É neste contexto de competição económica que nasce um novo sistema económico - o mercantilismo - criado por Colbert, ministro de Luís XIV.
            - Segundo o mercantilismo, a principal riqueza de um Estado reside na maior quantidade de metais preciosos que consegue acumular tendo assim uma balança comercial positiva.
Para a obter é necessário:
a) desenvolver a indústria manufactureira, para reduzir as importações;
b) fomentar o comércio internacional, com as exportações.
c) proteger os produtos nacionais, aumentando as taxas alfandegárias sobre as importações e diminuindo-as nas importações (proteccionismo económico)

Para os mercantilistas, a intervenção do Estado na economia torna-se indispensável para defender a produção nacional.

Conceitos:
Manufactura: Modo de produção em que o fabrico é sobretudo manual.
Mercantilismo: Doutrina económica que vigorou em alguns países da Europa  nos séculos XVII e XVIII. Defende o aumento da produção e das exportações e a redução das importações, com vista ao aumento da quantidade de metais preciosos do Estado.
Balança comercial: Relação entre as importações e as exportações de um país.
Proteccionismo: Medidas económicas  (fiscais, alfandegárias e outras) de um Estado para aumentar as exportações e diminuir ou proibir as importações. Essas medidas protegem os produtos nacionais face à concorrência dos produtos estrangeiros.

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