História 5
Manual: Missão
História - 8º Ano
Tema: 6 - O contexto europeu dos séculos XVII e XVIII
I - O Antigo Regime
Europeu
1- Definição - Período da História da
Europa situado entre o século
XVI e finais do séc. XVIII / início do séc. XIX, altura
das revoluções liberais).
2- Características do Antigo Regime:
2.1 - Política: absolutismo.
2.2 - Sociedade: Divisão em 3 ordens: Clero, Nobreza e Terceiro
Estado.
2.3 - Economia: mercantilismo.
2.4 - Cultura: barroca.
( Em Portugal - O Antigo Regime apresenta
características específicas.)
2. 1- O Absolutismo
Régio
A- Características:
1)
Concentração no Rei dos poderes e
funções do Estado: política, justiça, administração e economia.
2) Todos os grupos sociais subjugados ao Rei.
B- História
do Absolutismo:
1- A
centralização do poder régio fora iniciada na Idade Média (séc. XII),
com medidas reais para recuperação de poderes em poder da
nobreza e do clero:
2- O
pai protector:
O rei foi progressivamente
aceite como organizador da defesa nacional, juiz imparcial, defensor
do povo contra os abusos senhoriais, como impulsionador do
progresso e do bem-estar da nação.
3 - O direito divino dos reis:
O rei começou a ser visto como representante de Deus
na Terra (por ser herdeiro do trono), governante em Seu nome,
apenas a Ele tendo que prestar contas dos seus actos e decisões. Os súbditos
deviam-lhe total obediência.
Notas:
- Luís XIV de França, o “Rei-Sol”, afirmou: “O Estado
sou eu” (“L’État c’est moi”).
-
Em Portugal, sobretudo D. Pedro II e D. João V se
identificaram com o absolutismo.
C- Os instrumentos do
poder absoluto (criados ao longo
dos séculos XII a XVIII):
1) As
medidas:
a) - Criação de órgãos políticos de carácter
consultivo, com os conselheiros do Rei.
b)
Funcionários régios substituem,
nas suas funções, o Clero e a Nobreza, formando forte
máquina burocrática.
c) Um exército
profissional retira protagonismo aos cavaleiros nobres.
d) A
Igreja é submetida ao poder
régio, podendo o Rei nomear bispos e outras
entidades eclesiásticas.
e) Controlo
das actividades económicas e incentivo aos que mais
contribuíam para a riqueza nacional.
2) Os instrumentos do poder absoluto dos reis
criados por estas medidas:
-
Conselho Régio
-
Funcionários régios
- Exército
- Corte Régia.
3) Objectivos
dos instrumentos do poder:
- dominar
- fazer-se obedecer.
4) Os melhores
instrumentos de poder:
- A Corte Régia, faustosa, com os aparatosos
cerimoniais públicos e espectáculos artísticos e culturais
favorecendo uma imagem de imponência, luxo e superioridade.
Ex: Criação do Palácio
de Versalhes para a Corte de
Luís XIV, em 1682, que chega a albergar 100 000 pessoas.
5) Na Europa:
- Muitos monarcas europeus
lhe seguem o exemplo, na criação de cortes faustosas, como modo de vigiar
e controlar grande parte da nobreza, que lutava pelo seu
prestígio social, apelando à generosidade dos reis.
6) Em Portugal:
- D. João V manda
construir o Palácio-Convento de Mafra, e patrocina grandes
espectáculos públicos no Paço Real.
2.2 - Uma sociedade
de ordens
a) A hierarquia da sociedade de ordens - Clero e Nobreza (as classes privilegiadas) e Terceiro-Estado (formado
pela burguesia e pelo povo - as classes não privilegiadas)
define-se pela posição social das famílias e pelos cargos
políticos ou administrativos.
- O mérito e as
capacidades dos indivíduos não eram tidos em conta para se subir na escala social.
b) Os
privilegiados:
- Funções do Clero : culto, ensino e assistência.
- Funções da Nobreza : funções militares, ocupação
de cargos na política e na administração.
Apesar de
constituírem uma pequena parte da população - (Clero, 0,5%,
Nobreza 1,5%, Terceiro Estado 98%) - estes grupos possuem a maior
parte das propriedades. Nas suas terras aplicam as suas próprias leis e justiça.
O povo trabalha nestes senhorios e paga rendas e outros impostos a estas
ordens privilegiadas. Os privilegiados não pagam impostos e chegam a
receber pensões.
c )- O
Terceiro Estado:
- Constituído pelo povo e pela burguesia.
- Não
tem privilégios,
mas é quem produz a riqueza.
- A burguesia
é um grupo social novo, que se fortaleceu com o desenvolvimento do
comércio colonial. Os burgueses são empreendedores, mas enfrentam
muitos obstáculos nas suas pretensões a ascensão social, pois provêm do povo.
- A
mobilidade social é muito fraca: Ascender socialmente é difícil, mas a compra
de títulos ou a recompensa por serviços prestados ao rei permitem
a ascensão social.
2.3-
A Economia
a) O peso da
agricultura
Sendo a principal actividade económica nos
países europeus, no séc. XVII, a agricultura apresenta baixos níveis de
produtividade.
Razões:
- Técnicas e instrumentos agrícolas arcaicos -
força humana e animal; instrumentos de madeira e
ferro.
- Exploração senhorial das terras - obriga os camponeses a pagarem pesadas rendas.
b) A mercantilização
da economia:
- Durante os
séculos XVI e XVII, o comércio internacional desenvolve-se de forma
bastante lucrativa.
- O comércio colonial exige produtos manufacturados, como
tecidos, ferramentas, calçado para
trocar com os produtos ultramarinos, o que originou o desenvolvimento
das manufacturas.
- As cidades enriquecem, crescem, os campos
produzem matérias-primas (linho, algodão, plantas tintureiras,
gado lanígero).
- Esses factos provocam a mercantilização da
economia, sobretudo na França, Holanda e Inglaterra,
os países mais competitivos.
- É neste contexto de competição económica que nasce um
novo sistema económico - o mercantilismo
- criado por Colbert, ministro de
Luís XIV.
- Segundo o mercantilismo, a principal riqueza de um Estado
reside na maior quantidade de metais preciosos que consegue
acumular tendo assim uma balança comercial positiva.
Para a obter é necessário:
a) desenvolver a
indústria manufactureira, para reduzir as importações;
b) fomentar o comércio
internacional, com as exportações.
c) proteger os
produtos nacionais, aumentando as taxas alfandegárias sobre as
importações e diminuindo-as nas importações (proteccionismo económico)
Para os mercantilistas, a intervenção do Estado na economia torna-se
indispensável para defender a produção nacional.
Conceitos:
Manufactura: Modo de
produção em que o fabrico é sobretudo manual.
Mercantilismo: Doutrina económica que vigorou em alguns países da
Europa nos séculos XVII e XVIII. Defende
o aumento da produção e das exportações e a redução das importações, com vista
ao aumento da quantidade de metais preciosos do Estado.
Balança comercial: Relação entre as importações e as exportações de um
país.
Proteccionismo: Medidas económicas
(fiscais, alfandegárias e outras) de um Estado para aumentar as
exportações e diminuir ou proibir as importações. Essas medidas protegem os
produtos nacionais face à concorrência dos produtos estrangeiros.
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