quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Domingo na Riviera … de Carcavelos



E a voz da nossa amiga fez-se ouvir, inesperada no argumento:
- Vou votar no Marcelo porque quando viajar viaja sozinho. Só gasta pela metade. O Cavaco custou milhões.
- E não vai viver para Belém – acrescentou a minha irmã, muito poupada. Mas nisso concordaram em que parece que o Cavaco também não foi, amigo dos seus haveres e dos seus cómodos, fazendo apenas as cerimónias lá, segundo explicação da nossa amiga, depois de eu referir os Natais com gente a visitar os jardins do palácio, coisa que me ficou na lembrança, mais os almoços aos emigrantes, não sei se ainda em S. Bento, nos tempos de Primeiro Ministro, pois com os empréstimos da União Europeia, os dinheiros dos emigrantes deixaram de ser tão precisos para o país, só os Bancos se interessando por eles, de forma, direi mesmo muito absorvente nestes tempos das falências bancárias.
- Também o Passos Coelho viveu sempre em Massamá, acrescentou a nossa amiga esfuziante de malícia, mas atalhei com calor:
-  O seu intuito era o de resolver o problema financeiro do país.
Achei que se fosse o Tino a presidir, ele não deixaria de se mudar com armas e bagagens  para  o palácio, mas ficaram horrorizadas com essa hipótese ou mesmo outras passíveis de eleição, a minha irmã decidindo-se pelo Marcelo, a nossa amiga por ninguém, apesar dos custos das viagens reduzidos a metade no caso de Marcelo, eu ainda na dúvida, habituada a cumprir e provavelmente votando também nele, embora o ache tão oportunista como os outros, todos lembrando  palhaços na arena deste circo em que nos debruçamos diariamente, com as entrevistas reveladoras de interesses próprios, e lavagem de roupa suja pelo meio. Pelo menos, Marcelo não usa desses truques acusatórios sórdidos, como fazem com ele os da esquerda e até Maria de Belém, ansiosos pela mudança de 180  graus na governança total do país, ou simplesmente ansiosos por o destronar de um cargo que a todos convém. É certo que Marcelo também não dá garantias quanto à cor política, mas, habituado a falar, parece menos entaramelado e mais esclarecido, embora, naturalmente, com as suas astúcias próprias de “fala-barato”, segundo a minha mãe, nos tempos em que o ouvia.
Também se falou no Concerto de Ano Novo em Viena, transmitido pela RTP, que todas vimos religiosamente, lembrando a beleza e a riqueza dos cenários, dos palácios, das imagens, do Danúbio serpenteando pelos belos panoramas austríacos, e as valsas em outros palácios ou exteriores, e os pequenos cantores de Viena e o maestro extraordinário duma orquestra extraordinária …
- Outro mundo, suspirou a nossa amiga, que referiu também o Circo do Mónaco, na Sic, como espectáculo superior.
Contou-se dos DDT que são “levados do diabo” na expressão da nossa amiga, falou-se da Hola espanhola, das suas belezas espampanantes e casamentos brilhantes, revista que em tempos tentámos arremedar, mas sem eficácia, espécie de Tino concorrendo despudoradamente à presidência da República…
A propósito da Hola espanhola, contei de um programa que vira na TV5, sobre Madame de Sévigné, cujo luxo, preciosismo e influência no seu tempo muito explicavam do pensamento e  irradiação do povo francês, e outros povos nortenhos onde não seria possível um Tino a concorrer ao cargo de Presidente da República, a não ser em termos de circo português.

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