quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Dignidade feminina vs. cinismo masculino



Um artigo de Henrique Salles da Fonseca, publicado no “A Bem da Nação”, põe bem o dedo certeiro sobre o problema da resistência oriental à liberalização das práticas sociais relativamente à mulher, quando essa mulher, que foi transposta para novas culturas, por motivos de força maior, se tiver que adaptar aos novos conceitos de paridade entre os sexos. A provocação, em tempos, de algumas dessas mulheres, ainda jovens, como a que vimos em liceus franceses, depressa foi facilmente desmascarada e interdita. Com mais razão o será agora, julgo, em que a sujeição a novas regras de novos domínios políticos for princípio indiscutível.
Julgo que a mulher oriental se adaptará facilmente a um conceito liberalizador, que desmistificará e condenará o absurdo e ridículo princípio de falocracia em que vive, mas não sem grande resistência masculina, imposta pelos rigores fundamentalistas da sua religião.
E todavia, quando vejo a sociedade ocidental conivente ou indiferente ao tráfico das mulheres em países de barbárie, pergunto-me se a apregoada igualdade entre os sexos não é só fachada  de altivez e superioridade nos países do ocidente, que respeitam a sua mulher como digno par,  e desprezam qualquer outra com menor estatuto cultural.

A FORÇA DO OCIDENTE
A infame submissão da mulher muçulmana aos caprichos masculinos é dos aspectos mais negativos com que o Ocidente se depara ao acolher as hordas de imigrantes que todos os dias arriscam a vida no Mediterrâneo.
Não está em causa a legitimidade da busca de melhores condições de vida – de sobrevivência, até – para essas populações; o que não se pode admitir é que esses imigrantes queiram transpor para a Europa as condições degradantes que na origem impõem à mulher.
Unânimes na condição inferior feminina, para a maior parte dos muçulmanos elas nem sequer têm alma, são instrumentos que existem apenas para servir os interesses do homem. E como instrumentos, não têm que ter vontade nem opinião.
E a pergunta é: e se essa mulher imigrante na Europa decidir alcançar o mesmo estatuto de plena dignidade humana e social que observa na mulher europeia?
Então, a resposta terá muito provavelmente a ver com a maior desorientação masculina nessa sociedade imigrante.
Bastará que a Europa decrete a proibição de qualquer pessoa transitar na via pública com o rosto tapado para que a vida se complique para os mais radicais; bastará que o acolhimento ao imigrante seja em tudo igual às politicas de conforto social que os Estados europeus dispensam aos seus próprios naturais para que o tão propalado parasitismo imigrante esmoreça; bastará que cada Estado europeu prossiga políticas de integração e não facilite a criação de guetos.
Bastará que uma rejuvenescida Ana de Castro Osório ou Carolina Beatriz Ângelo avance por essa Europa além como estandarte da emancipação da mulher imigrante.
Mais recentemente, tivemos «as três Marias» - Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta – cujo exemplo poderia servir de nova bandeira ao feminismo na Europa assim mostrando uma das maiores forças de que o Ocidente dispõe, a dignidade da mulher.
Agosto de 2015

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