segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Adeus, ó Farol da Barra



Revi Aveiro, com certa minúcia, num programa da TV5 Monde, com turistas passeando-se pelos canais da ria, pelas praias da Barra e da Costa Nova, pela Vista Alegre e a sua fábrica de louça… Revi as salinas a perder de vista, entre as quais  se passava na estrada que conduzia à Barra e que passava também pela Gafanha. Em Aveiro nasceu o meu filho mais velho, vivi ali dois anos, foi no liceu de Aveiro que iniciei o meu percurso profissional, numa casa que alugámos perto do liceu, novinha em folha, mas que mal reconheci, quase vinte anos depois, no emaranhado de uma cidade em desenvolvimento.

O programa francês pormenoriza os dados, passeámos na ria com os turistas, vimos a fabricação dos ovos moles, com o rodo juntámos sal – turismo é também prática – só não visitámos o museu de Santa Joana, onde encontrei pela primeira vez uma encadernação em pergaminho, montada num cavalete, como mais tarde, na Biblioteca da Ajuda, encontraria o Cancioneiro medieval da Ajuda, que tanto me maravilhou, igualmente posto num cavalete, coisas primárias a quem pouco viajou na vida e que gravei com encanto na memória.

Mas o que mais me encantou foi o farol da Barra que tantas vezes vi de fora, mas que a mira do repórter fotográfico me levou a visitar por dentro, um farol cujos 271 degraus da escada em caracol foram subidos a pé por alguns dos turistas, embora já exista elevador que a câmara nos mostrou em projecção ascendente, além do vasto panorama da praia a perder de vista, que do cimo se avista.

É pois, em lembrança de um outrora de juventude ainda, em que, não sobrecarregada com os afazeres maternos, embora já com as canseiras da sua preparação, nos passeávamos por vezes até à Barra e Costa Nova, admirando o mais alto farol português, apenas do exterior, a inexistência de elevador impedindo uma subida a dois, o meu Ricardo acompanhando por dentro ambições de viagens e passeios que felizmente ele vai concretizando modestamente mas com o encanto da sua liberdade – é, pois em lembrança desse passado, que revejo num programa da televisão francesa, que transcrevo da Internet os dados sobre o Farol da Barra, embora tenha lido noutro texto que é o segundo maior da Península Ibérica, ao contrário do que vem neste, que o aponta como primeiro:

Farol de Aveiro na praia da Barra
 
O Farol da Barra é o mais alto de Portugal e da Península Ibérica.
 
Construído entre 1885 – 1893, foi projectado por um autodidacta que levou de vencida os onze engenheiros que apresentaram plantas e maquetas.
 
O farol da Barra, custou na altura, a quantia de 51 contos aos cofres do estado.
A escadaria é composta por dois sectores: o primeiro, com 271 degraus, é uma escada em pedra, em forma de caracol; o segundo, é uma escada metálica, com 20 degraus (actualmente com elevador).
 
O cilindro tem de altura 44,5 metros, situando-se o foco luminoso a 62 metros, permitindo-lhe projectar os raios de luz a cerca de 60 quilómetros de distância, interceptando os faróis da Figueira da Foz e de Leça da Palmeira.
 
A sua inauguração foi levada a cabo por Bernardino Machado em 1893, então ministro das Obras Públicas, quando este visitou demoradamente a região.
 
Esta notável obra do século passado, erguida à entrada da barra, passou a velar pela segurança da navegação que até aí não dispunha de um ponto de orientação. Sem o farol, as embarcações da época eram frequentemente atraídas para terra, devido à ilusão de afastamento, provocada por uma porção de costa muito plana com as primeiras elevações a grande distância do mar.
 
A principal fonte luminosa era obtida por incandescência do vapor do petróleo. Só em 1950 o sistema iluminante passou a ser alimentado a energia eléctrica.
 
A principal componente do farol é a potente lâmpada, que projecta um feixe luminoso visível a 22 milhas náuticas de distância (cerca de 40 quilómetros).
 

 

 

 

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