quinta-feira, 11 de junho de 2015

O discurso do Mr. President



O essencial nem é escutar. É estar de antemão fixado nos slogans próprios para, acabado o discurso, lhe saltarem em cima, como abutres  esfaimados. Sempre pensei que Cavaco Silva tem o condão de escrever bons discursos, com uma seriedade que mostra empenhamento em salvar o país, sem se deixar manipular pelas forças da destruição, profetas da desgraça porque eles próprios são fautores dela, no estado de sítio a que levam o país com as paralisias nos serviços e discursos de peixeirada, assustadoramente deseducativos, para uma mocidade que  de modo nenhum pode achar neles senão alavancas para a sua própria má criação, pobre mocidade sem valores!
Enquanto o Presidente estava a pronunciar o seu último do dia da Pátria, fiz um comentário de apreço: palavras claras e precisas, lembrando as coisas fundamentais para se prosseguir na senda governativa, como sejam o equilíbrio das contas para a estabilidade, a importância da balança, a competitividade, e outras coisas importantes, de que ressaltou a necessidade do prosseguimento na contenção de despesas. Um panorama não animador, mas o único previsível, num país como este que se banqueteou com dinheiros de fora, e que deve pagar isso, naturalmente.
António Costa logo usou o seu slogan da discordância e de promessa de mudança breve, que, a ser verdadeira (no que ninguém acredita, a menos que seja suicidária), poderá lançar de novo o país no atoleiro, os outros fizeram o mesmo de sempre, já se esperava, sem preconceitos de saldo de dívida e apenas de compaixão pelos desempregados e os emigrantes, indiferentes ao sentimento pátrio. Os do Governo, naturalmente, apreciaram, não podiam deixar de o fazer, o discurso fora coerente com a política do Governo.
Cavaco Silva mostra uma coragem de timoneiro que admiro, indiferente aos apupos.

Nenhum comentário: