terça-feira, 12 de maio de 2015

Simplesmente gente.



Do longo e excelente artigo de Luís Soares de Oliveira -  «CAMINHO DA INFELICITAÇÃO–VI - Viagem a fases pretéritas do nosso (de)crescimento económico em companhia do Prof. José da Silva Lopes--publicado no A Bem da Nação” , que, como o título indica, para além da bela homenagem às qualidades de Silva Lotes, morto em Abril de 2015, expõe o  seu pensamento acerca do percurso da política económica portuguesa, de Salazar aos tempos que vivemos, passando por Álvaro Cunhal, Mário Soares e tantos mais que nos fizeram chegar ao ponto em que estamos, sem esperança de modificação visível – transcrevo o seguinte passo tão grave da nossa posição de seres que nasceram com este estigma de atraso nunca ultrapassado, e para sempre incontornável, não direi para “crescer” apenas,  mas até só para “ser”:

«Acresce que as nossas condições estruturais para crescer são assustadoras. Com destaque para o problema da educação. Apenas 20% da população activa tem o 12.º ano de escolaridade. O normal na Europa é 80%. Temos um abandono escolar até ao 12.º ano superior a 40%. Mesmo que se faça alguma coisa, que não se está a fazer, daqui a 30 anos estaremos com uma qualificação da mão-de-obra inferior à média europeia de agora. Assim não podemos pensar em ter o mesmo crescimento económico que o resto da Europa. É completamente impossível. E o que mais me revolta quando falo de educação é que as pessoas em Portugal sabem isto e não há capacidade para fazer seja o que for. Anda-se a fingir que se faz reformas educativas. Temos também o problema da Justiça. Talvez custe 2% ou 3% do PIB em custos de ineficiência".»
 Foi a consciência que sempre tivemos desde que nos conhecemos – a deste atraso, por tantos descrito ao longo dos tempos, e que nem as boas vontades desses tantos que se esforçaram e esforçam para nos elucidar, conseguem fazer reverter o carisma vilipendioso da inferioridade que se nos colou às consciências e que nos persegue, quer em espectáculos de estridência verbal inconcebível, como um de dança na TVI, de uma apresentadora tolamente indiscreta, quer nesta imposição de um AO pelos “vendilhões do templo”, quer na fealdade de um povo desdentado e primitivo ainda, quer….
«E o que mais me revolta quando falo de educação é que as pessoas em Portugal sabem isto e não há capacidade para fazer seja o que for.»

Anda-se a fingir que se faz


O maravilhoso domínio de apresentação de Michel Drucker no seu espectáculo de France 2, “Le Grand Show”, com orquestra e gente que canta bem e traz as canções do passado, prestando homenagem aos velhos cantores, nas músicas e letras cheias de emoção e arte e mensagem e encanto, gente que sabe falar com simpatia e desenvoltura educada… Não há comparação...
Simplesmente gente.
 

O maravilhoso domínio de apresentação de Michel Drucker no seu espectáculo de France 2, “Le Grand Show”, com gente que canta bem e traz as canções do passado, prestando homenagem aos velhos cantores, nas músicas e letras cheias de emoção e arte e mensagem e encanto, gente que sabe falar com simpatia e desenvoltura educada.
Simplesmente gente.

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