sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Fénix ressequida



Acabo de ouvir a “Quadratura do Círculo”, na arrogância fluente e elegante de José Pacheco Pereira, no – felizmente para a nossa auto-estima como povo que também sabe ponderar sensatamente – discurso claro, correcto, revelador de boa formação moral e ideológica de António Lobo Xavier, na expressão frontal, aparentemente serena de Jorge Coelho, o espertalhão do sucesso e do jogo pelo seguro. Ouvi. E não sei reproduzir. Como sempre, encantada com Lobo Xavier, pessoa isenta que não se deixa intimidar pelos extremismos dos seus antagonistas, sabendo reconhecer as contingências em que se movem os do Governo, e os esforços de recuperação que os outros fingem ignorar.
Pacheco Pereira arranca no seu ataque, prevendo bons resultados para o ministro grego na sua provocação à Europa, achando por bem que a Grécia continue a mamar do leite daquela sem mais obrigações do que ir suavemente correspondendo, em doses comedidas, à mama que dela colhe, sem mais escrúpulos de consciência. Pacheco Pereira considera as responsabilidades da Alemanha no descalabro dos países brincalhões do sul e do ocidente, entende que os do Plano Marshall ajudaram outrora a mesma Alemanha, facciosamente não reconhecendo a esta o trabalho de recuperação próprio de um povo ordeiro, consciencioso e trabalhador, continuando além disso a condenar ferozmente o Governo de Passos Coelho, tal como o fazem tantos da sua igualha - embora ele se considere único da sua espécie, Fénix gloriosa, renascendo a cada passo dos seus ódios e pretensões – sem querer ponderar quanto tem de grande e de heróico uma actuação governativa honesta, que trouxe ao nosso país – mau grado a penúria partilhada – o contentamento do procedimento correcto, que nos liberta do papel único de parasitas do esforço alheio.

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