quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Vira e pisca-pisca




Talvez Vasco Pulido Valente tenha razão no que afirma sobre os amores fatais de Passos Coelho. Há muito que se juntou ao grupo crítico do Primeiro Ministro e não lhe reconhece nenhuma virtude, não sei bem porquê. Não sei se é verdadeira a euforia com que o grupo do Governo relata os seus êxitos, mas não tenho motivos para duvidar, e só me espanta que nunca ninguém o elogie por isso. Portugal com mais credibilidade, as andanças para se obter mais indústria e exportações, o desemprego a descer…São coisas banais, que nunca se atribuem a competências e a trabalho bem desempenhado, mas que puramente se ignoram, achas na fogueira que todos deliram em atear,. E por isso é muito engraçado o texto sobre Passos Coelho e as suas preferências televisivas. Eu julgava que os outros jornais ainda exploravam mais os  acidentes criminais do país, mas Vasco Pulido Valente sabe sempre o que diz, não iria enganar-se, que não é pessoa de parti pris desonesto. Se o afirma e censura Passos Coelho pela fatalidade e futilidade das suas propostas de bem querenças, e tal possa parecer uma crítica plena de humor malandro, uma crítica que nos faz bem à alma é a que ele lança sobre José Rodrigues dos Santos que não sabemos por que carga de água nos pisca o olho, a fechar o telejornal. Pode ser que seja uma piscadela amável, de combinação com alguém seu amado ou amada, mas acho que isso extrapola do seu ofício, mandar recados de pisca-pisca, deixando-nos em ânsias sobre o nosso papel  no dito acto piscatório! Não se faz, Pulido Valente teve razão na sua razão, disso não tenho dúvidas..
Amores fatais
Vasco Pulido Valente
Público, 02/11/2014
Pedro Passos Coelho lamenta a falta de qualidade do jornalismo português. Faz mal: se não fosse a imprensa ninguém haveria descoberto as peripécias torpes que levaram à falência e à vergonha do grupo Espírito Santo. Nem o Banco de Portugal avisou a tempo, nem o Presidente da República, com certeza com belíssimas razões, tentou reduzir ou atenuar as desgraças da coisa. Os partidos, evidentemente, não abriram a boca. Foram os jornais, sobretudo o i e o Expresso, que se encarregaram de explicar o que podiam explicar às pessoas; e mesmo assim suspeito que só contaram uma pequena parte da história. O primeiro-ministro devia agradecer aos jornalistas, com humildade e respeito. Eles cumpriram a sua obrigação, ele não cumpriu a dele – e é pena.
De resto, o que Passos Coelho pensa da informação está bem à vista na RTP, em que ele indirectamente manda. O noticiário da noite pouco a pouco acabou por se tornar numa folha popular, quase igual ao antigo semanário O Crime. Abre sempre com uma reportagem pormenorizada de um assassínio, de um roubo ou de um assalto. Se o dia é bom, esta espécie de educação ocupa com serenidade dois terços do tempo, talvez porque julgue fazer um favor à populaça. A seguir, vêm o sr. primeiro e o ocasional ministro para visitas sem nenhum sentido a empresas que o governo considera modernas. Normalmente, bebem o vinho e comem o queijo da região, com caretas manifestando prazer. A trupe inteira – e isto é uma regra irrevogável – sai cantando e rindo com o progresso de Portugal.
O resto do noticiário a RTP preenche com reportagens de “interesse humano”. Por exemplo, a do faroleiro ou a do pastor que trabalham sozinhos, a do último julgamento ou a da última proeza da PSP. Portugal, consta por aí, devia defender a língua portuguesa. Mas preocupada com o faroleiro e com o pastor, a RTP ignora a gramática, principalmente no capítulo das preposições, que fazem muita confusão: a diferença entre “sob” e “sobre” ainda não lhe entrou na cabeça. E as legendas, quando existem legendas, revelam que naquele antro o inglês é uma língua exótica. Em contrapartida, os comentadores, porque são baratos, opinam sobre o que lhes passa pela cabeça, na maior parte das vezes sem competência e sem imaginação. O dr. Passos Coelho continua apaixonado por aquela direcção. Amores fatais.  
P.S.: Imploro ao sr. José Rodrigues dos Santos que não me pisque mais o olho.
Notícias da Segunda Guerra
Paula Almeida, Técnica Superior
Hoje, 13 de Novembro
1939
¾     A delegação finlandesa, liderada por Paasikivi, abandona Moscovo após a quebra das negociações com a União Soviética acerca da troca de territórios e
¾     Em Bucareste, o Rei Carol da Roménia oferece os seus préstimos para mediar secretamente as relações dos britânicos e dos franceses com os alemães.
¾     Winston Churchill faz um discurso radiofónico sobre o balanço das últimas semanas da guerra. Defende a continuação da guerra até que o inimigo diga basta!  
1940
¾     Os bombardeiros britânicos levam a cabo um ataque noturno a Berlim.
¾     Aviões da RAF bombardeiam a base naval de Taranto, em Itália. 
1941
¾     As tropas alemãs e os romenas tentam, sem sucesso, tomar Sebastopol.
¾     Em Washington, o Congresso aprova as alterações à lei da Neutralidade, ainda que com uma margem pequena. Os navios mercantes americanos passam estar armados e podem entrar nas zonas de guerra.   
1942
¾     Em Casablanca é assinado um acordo entre os Aliados e o governo de Vichy, onde o Almirante Darlan é reconhecido como o chefe do governo civil francês no norte de África.
¾     Em Gibraltar, o General Eisenhower, comandante da Operação Torch, e representantes oficiais do governo de Vichy ratificam o acordo assinado em Casablanca. O General Giraud assume o comando das forças armadas francesas.
¾     Navios americanos e japoneses confrontam-se numa batalha naval intensa durante a campanha em Guadalcanal.
 1943
¾    Tropas alemãs desembarcam nas ilhas gregas.

1944
¾     Forças alemãs evacuam Skopje, no sul da Jugoslávia. O 1ª exército da Bulgária avança nesta região.
¾     O 3º Exército de Patton começa a ofensiva contra o Sarre desde Nancy.


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