sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A Calhar



Nem de propósito, os dados que recebo de Paula Almeida, sobre a segunda Guerra, vêm ao encontro deste artigo de Vasco Pulido Valente, que em síntese plena de dedução e de psicanálise, nos prepara para a certeza de uma terceira guerra, donde não haverá mais escrúpulos – nunca houve, é certo – em massacrar e soterrar mais soldados desconhecidos, achas indefesas na fogueira ateada por homicidas de mãos lavadas e de alma sanguínea, que seguidamente referirão valentias em cerimónias de flores e de hinos e espadas erguidas em saudação respeitosa. Os outros conhecidos ou mesmo os que escaparem, serão heróis  e até dá vontade de lhes tecer, aos próximos, o poema com que Reinaldo Ferreira os biografou:

Receita para fazer um herói
Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.

Serve-se morto.

É certo que estes não são espécimes desconhecidos, bem pelo contrário, terão sempre a aura que lhes é devida, embebida na certeza que os catapultou para a morte em glória. Mas nas guerras, sobretudo se mundiais, há sempre hecatombes que envolvem conhecidos e desconhecidos, genocídios necessários para diminuir os pornográficos avanços demográficos no mundo. Deve ser por isso que o Putin, que repôs parte da Crimeia na sua rede de conquista, não se importa de deturpar a verdade da histórica guerra, anterior à que prepara. A Alemanha parece que está em vias de retorquir, e com certeza terá apoios sólidos. Nós por cá, que abandonámos um vasto império que contribuía para o nosso sustento, não vamos oferecer heroísmos inglórios, para voltarmos a merecer o apodo tumular de soldados desconhecidos. Vamos esperar, com o coração nas mãos. Pelos nossos filhos e pelos nossos netos.

A História segundo Putin
09/11/2014
Como nos bons tempos de Estaline, Putin disse anteontem a uma assembleia de “historiadores” bem obedientes que não havia nada de errado no Pacto entre Hitler e a URSS. Ou por outras palavras, Putin declarou guerra ao Ocidente no próprio dia em que se festejava em Berlim a queda do muro.
Esse Pacto era, na sua parte pública, um simples tratado de não-agressão. Mas, na sua parte secreta, dividia a leste as zonas de influência da Alemanha e da URSS, e começava logo por entregar aos russos a Polónia oriental, que Estaline invadiu e onde ele mandou rapidamente matar 5000 oficiais do exército de Varsóvia. Isto só por si chegaria para avaliar a bondade e a boa-fé do Pacto, se não houvesse no episódio em si e no discurso de Putin uma lógica muito mais letal e suicida.
Em 2014, depois de ter perdido a guerra fria e, com ela, uma grossa fatia do seu império, Putin vem atribuir as culpas da II Grande Guerra à Inglaterra e à França. Segundo essa ilustre vergôntea do KGB, tinham aberto a Hitler as portas da URSS na conferência de Munique (para que a Rússia não foi convidada) em 1938. De facto, a Inglaterra e a França obrigaram a Checoslováquia a aceitar as condições dos nazis, que na prática equivaliam a uma rendição. Existem duas justificações para esta miséria. Primeira, a de que as potências ocidentais precisavam de mais tempo para se rearmar (ganharam um ano). E, segunda – de resto, insustentável – a de que, cedendo a Hitler, o queriam atirar contra a URSS e o comunismo, sem custo para eles e para maior descanso do “capital”.
Voltando a Putin, a inversão da história que ele fez perante a assembleia (ou congresso) de “historiadores” vem reviver a tese da cumplicidade das potências do Ocidente (e com elas da América) na invasão da Rússia, num momento em que a Rússia já tirou à Ucrânia a Crimeia e as províncias orientais, necessárias para defender essa sua nova conquista. A culpa tem se ser, também hoje, do Ocidente, e principalmente da Alemanha, que se preparam, embora com forças militares ridículas, para reduzir a Rússia à insignificância. Ao fim de 25 anos de humilhação e de pobreza, chegou a altura de responder à letra à ofensiva da Alemanha, da França e da América e não se deixar cair nas doçuras de uma segunda Munique. Putin, desta vez, sabe quem é o verdadeiro inimigo e tomará as medidas convenientes.
Notícias da 2ª GUERRA
Paula  Almeida, Técnica Superior

Hoje, 14 de novembro

1939
    Os comandos militares britânico e francês (após encontros secretos e inconclusivos com os belgas) concordam em avançar imediatamente para a linha Meuse-Antuérpia, a sul e leste de Bruxelas, caso os alemães invadam o país. Este acordo é conhecido como Plano D.
    Em Berlim, a reação inicial à oferta de mediação feita pela rainha Guilhermina e pelo rei Leopoldo é n4egativa.
     Surgem relatos de que a polícia terá intervindo numa manifestação fascista em Praga, onde doze pessoas ficaram feridas.
     O General Sikorski, chefe do governo polaco no exílio, que está sediado em França, chega a Londres. 

1940
     Na Inglaterra, Coventry é fortemente atacada pelos bombardeiros da Luftwaffe. A catedral fica quase completamente destruída .
    Nos Balcãs, todas as forças gregas passaram para a ofensiva contra os invasores italianos. Os reforços vieram das tropas que enfrentam a Bulgária. Começa a chegar a ajuda britânica à Grécia. Durante os dois dias seguintes, quatro cruzadores transportam 3.400 tropas, bem como pessoal de apoio terrestre de Alexandria para Pireu. No dia 20 de novembro chegam mais 4000. 

1941
    Em Slonim, as forças alemãs envolvidos na Operação Barbarossa assassinam 9.000 judeus num único dia.

1942
    Americanos e japoneses enfrentam-se na segunda batalha naval em Guadalcanal.
    Na Tunísia, o general francês Barre dá início à evacuação das tropas sob o seu comando, situadas em cidades costeiras, por forma a preparar a sua transferência para o lado dos Aliado.

1943
     O 8º Exército britânico continua os seus avanços sobre a Itália. As tropas da 8ª divisão indiana, apoiadas pela 2ª Divisão da Nova Zelândia, capturam Perano.
     Em Bougainville, nas Ilhas Salomão, as divisões americanas fazem recuar os japoneses ao longo das trilhas da selva. Alguns tanques americanos estão disponíveis para apoio.

1944
    Os britânicos lançam ataques para eliminar posições alemãs a oeste do rio Maas, ao redor de Nederweert, na Holanda. No flanco direito da frente aliada, o 1º Exército francês lança ataques contra Belfort.
     Em Londres, o governo norueguês no exílio anuncia que as tropas do seu país estão a operar ao lado das forças soviéticas a norte.













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