segunda-feira, 29 de setembro de 2014

No lançamento de «A Guerra Civil de Espanha»



Foi uma apresentação bastante assistida, no bonito espaço dos antigos Correios do Estoril. Eu fui com a minha filha Paula, houve referências, naturalmente, pelos colaboradores, ao trabalho de investigação apresentado no livro, e à qualidade da forma e do estilo, seguindo um percurso de rigor e elegância expositiva não isentos de sentido crítico e de vasta informação bibliográfica, que as andanças diplomáticas pelo mundo, do seu autor, contribuiriam naturalmente para fortalecer.
Por detrás da mesa foram pendurados na parede retratos de alguns dos implicados no processo, entre os quais Anthony Eden e o Almirante inglês de então, Léon Blum, Staline, Armindo Monteiro, de que o Embaixador Luís Soares de Oliveira referiu brevemente o papel, aquando da sua exposição final.
Um período bem agitado, o da Guerra Civil Espanhola, resultante do extraordinário desenvolvimento industrial da Espanha, e da multiplicação das forças do operariado, com as respectivas ideias de subversão, muito em voga, a um status de exploração e miséria provocadoras da cisão. Uma Guerra que provocou muitas mortes e atropelos, e as implicações junto dos outros povos, com escusas ou ajudas mais ou menos retraídas em que o cinismo ou a inanidade das relações políticas forçosamente se fez sentir.
No final da sessão houve as perguntas comedidas para o Sr. Embaixador responder e uma delas foi muito taxativa: se o Sr. Embaixador poderia salientar num breve traço, um resultado da Guerra Civil de Espanha para a Espanha. Com aplomb e delicadeza o Sr. Embaixador mostrou a dificuldade de uma síntese, numa simples ideia, e creio que respondeu com algo relacionado com a perda de importância posterior da Igreja. Transcrevo do seu livro, como apoio à sua frase, de que gostei mas esqueci:
“Em Junho de 1939, chegou a vez dos bispos. Uma nova Carta Pastoral colectiva em que pediam clemência para os vencidos foi impedida de publicação ou de referência em qualquer jornal. Unamuno tinha razão: o catolicismo de Franco era de padrão muito especial. O seu deus desconhecia o perdão.”
Para mim, que sou leiga, creio que a ditadura de Franco, além de construir uma Espanha poderosa, deixou um legado de amor pátrio, ao passar o seu testemunho, novamente, ao seu Rei, restabelecendo a Monarquia, como garante de uma continuidade apoiada em respeito pela História da sua Nação.

Nenhum comentário: