sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Não só porque ora essa é boa mas até mesmo porque enfim



Acabo de ler o seguinte email enviado pelo meu filho João, que o recebeu de outro filho de alguma outra mãe, e o qual provavelmente já passara sob a eficácia actuante de outro e outro filho ou filha dispostos a projectarem no mundo do encantamento cibernético materno as delícias dos universos da intelectualidade vigente incompreendida:

« A  ESCOLA  DE ASSUNÇÃO ESTEVES»:
«Há gente que devia estar proibida de escrever e falar……
 Texto retirado de um despacho de Assunção Esteves, quando da sua passagem pelo Tribunal Constitucional:

 "Nenhum critério densificador do significado gradativo de tal diminuição quantitativa de dotação e da sua relação causal como início do procedimento de requalificação no concreto e específico órgão ou serviço resulta de previsão legal, o que abre caminho evidente à imotivação..."

 Desafia-se qualquer um a traduzir isto.

O mesmo desafio estende-se à frase por ela proferida em recente entrevista: 
“…Houve um inconseguimento do soft power sagrado da Europa”»

 Respondo ao desafio, munida da habilidade que me faz ler nas estrelas, tal como a Maria do «Frei Luís de Sousa», quando responde às inquietações de Madalena, sua mãe:

Maria - Não é isso, não é isso: é que vos tenho lido nos olhos... Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!... e nas estrelas do céu também e sei coisas... (I, C. IV)

Para mim, Assunção Esteves assemelha-se de facto a uma estrelinha, no fulgor dos seus loiros cabelos e da sua figurinha débil, que igualmente faz evocar Cesário -  “uma pombinha tímida e quieta n'um bando ameaçador de corvos pretos” - embora os representantes parlamentares da nossa variedade democrática  multicolor pouco se identifiquem com os negros “padres de batina”  daqueles outros tempos de  anticlericalismo monocolor.



Segundo, pois, a minha descodificação, não direi do nível da vidente Maria - embora precisássemos todos de mais vidência nesta nossa evidência de "inconseguimento" e "imotivação" - mas suficientemente engenhosa deste “Mistério beneditino densificador,” trata-se de um qualquer problema da economia nacional, com efeitos sobre a redução das vagas para os empregos da nossa austeridade, de "diminuição quantitativa de dotação".
Mas como não deve estar certa, pelo motivo simplista de estrelas não propícias actuais nas minhas e/vidências, proporei uma outra, mais apropriada, que nos meus tempos de estudante ouvia várias vezes a um amigo - daqueles estudantes que habitualmente arrastavam as suas capas boémias pelas calçadas escorregadias dos “Quebra-costas” da liberdade e da fantasia - em esclarecimento eficiente de uma qualquer dúvida que lhe apresentava:

«Analisados os factos e realidades da vida, chega-se à conclusão de que não há nada como realmente e que mais vale um certo todavia nunca do que sem comparação jamais não só porque ora essa é boa mas até mesmo porque enfim…»

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