quinta-feira, 13 de junho de 2013

A primavera volta sempre


Um tema dos nossos tempos, mais ou menos recentes, este das primaveras simbólicas de esperança. Que o simbolismo é hoje em dia explorado em termos de tempo, daí que guardemos para os “dias” a responsabilidade de lembrar o “respeito”, que o resto do tempo aparentemente não contém – “dia do pai, da mãe, da criança, da floresta, do trabalho, da mulher…”, pretexto para a ternura da pequena lembrança, propícia ao consumismo e à imaginação infantil, nas escolas dos pequenitos.
Passámos pelas várias “primaveras” de descompressão, que revivemos na descrição de Isaías Afonso, breve seguidas dos “invernos dos descontentamentos” que ele refere para cada caso, deixando antever quanto a abertura democrática tem conseguido transformar as esperanças em pesadelo e decepção, graças à abertura para as liberdades e as libertinagens propícias não à paz mas ao terror.
Mas a “primavera marcelista” recordo-a com a emoção desse 13º mês – mais um símbolo económico / temporal – que ele instituiu, e das universidades que fundou em terras ultramarinas, contributo para uma abertura de desenvolvimento que a nossa inteligentzia apressada se apressou em demolir. E nunca mais parou.
Eis o texto de Isaías Afonso, do blog “A Bem da Nação”:

 

«PRIMAVERAS»

«Quando Marcelo Caetano chegou ao poder e fez uma tentativa de "abertura de regime", chamou-se a esse período a "Primavera Marcelista". Foi de curta duração porque os ultras não permitiram largueza de horizontes políticos, talvez por recearem as consequências da abertura a uma esquerda esquizofrénica como aquela que temos nos nossos dias sem qualquer consideração pela situação do país.

Sabatino Moscati, na sua obra L'Orient avant les Grecs, chamou "Primavera dos Povos" às movimentações das populações na ocupação de melhores espaços para a sua sobrevivência, semelhante às migrações, cujas populações procuram melhores condições de vida para si e seus familiares.

 

Na antiga Checoslováquia de Alexandre Dubcek, também o governante tentou a sua "Primavera de Praga", procurando um "socialismo de rosto humano", o mesmo é dizer, fugir do comunismo puro e duro e encontrar um socialismo de cariz democrático. Foi Sol de pouca duração porque o Pacto de Varsóvia não permitiu veleidades e o Primeiro Ministro foi depressa transformado em jardineiro em Bratislava.

No norte de África sopraram os ventos da "Primavera Árabe", desde a Líbia à Tunísia e Egipto afastando ditadores os quais mantinham em respeito a infiltração islamita no poder. Realizada a abertura, depressa se esfumou a esperança e a "Primavera Árabe" parece ter-se transformado no "Inverno Árabe", com a continuação de revoltas e atentados a opositores ou a chegada ao poder de facções fundamentalistas religiosas.


A intervenção da França e da Inglaterra no caso líbio, com apoio na retaguarda dos americanos, haveria de ocasionar o caos no país permitindo que muçulmanos radicais se apoderassem de armamento e tecnologia militar sofisticadas, as quais puseram em perigo a segurança europeia dado que os "jihadistas" passaram a possuir e a dominar mísseis solo/ar portáteis Milão ou SAM7, lança-roquetes RPG, metralhadoras pesadas, etc.


Esta "Primavera Árabe" tem sido um pesadelo de tal forma que a França continua a intervir no Mali para evitar a criação dum Estado Terrorista Islamita, sob a direcção da AQMI, um dos braços da El Qaeda. Não evitou o assassinato do Embaixador americano na Líbia ou o ataque a um avião de passageiros israelita no Quénia com os mísseis referenciados, mas que o aparelho escapou por possuir tecnologia infravermelha que os detectou ou os casos de Toulouse do modelo de "célula terrorista adormecida" despertada para acção ou mais recentemente os casos de atentados em Londres e na Defense em Paris.


Parece então que as diferentes "Primaveras" nunca atingiram objectivos desejados e de acordo com a esperança que as envolveu. Em termos de tranquilidade e paz, têm sido um desastre, excepto para "terroristas encartados".


Em Portugal, nem a Primavera, enquanto estação do ano, nem enquanto politica fazem o seu reaparecimento. Baixas temperaturas, céu nublado, chuvas, ventos incómodos, fazem-na tardar e a Primavera Coelhista/Portista continua adiada, com os portugueses de novo embalados pelas promessas "Securitárias" dum (in)Seguro, que promete ser diferente para tudo ficar na mesma.»

 

 

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