terça-feira, 7 de maio de 2013

Monstros… há muitos


Chegou por email o texto que segue "Eu Já Vivi o Vosso Futuro" - declarações do escritor e dissidente soviético, Vladimir Bukovsky, sobre o Tratado de Lisboa”.

«É surpreendente que, após ter enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE).O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabê-lo examinando a sua versão soviética. A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes. Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente. Na UE há centenas de milhar de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escarrada? A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-  uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos. Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vossos sentimentos nacionais e forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do mundo. Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação para que deixem de existir. O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (...). Eu já vivi o vosso «futuro»..."»

Um texto aterrador, que não sei até que ponto se encaixa nesta realidade que estamos vivendo na Europa da União, pois me parece que cada povo se esforça por continuar construindo o seu futuro de acordo com os seus valores de esforço, trabalho e tradições, no apego pelo seu próprio rincão, apesar do aumento da corrupção, e dos desequilíbrios sociais estrondosos que criaram um estrondoso aumento do desemprego, que me parece ser o factor mais negativo desta realidade.

No caso português, foi, na realidade, um presente envenenado esta nossa adesão a uma Comunidade que, inicialmente generosa, possibilitou o arranque do país para uma conversão a uma modernidade com aparência de bem-estar que nos embriagou de aspirações e de convicções de uma fartura inesgotável. Mas enquanto a maioria dos povos europeus continuou no seu progressivo trabalho de acordo com os seus parâmetros de equilíbrio e de inteligência estatuídos ao longo dos séculos, o caso português foi de um povo que nunca viveu a não ser dentro de parâmetros desleais de desigualdades sociais e culturais.

Esse facto é bem visível, na antiga submissão à canga do trabalho pesado, de repente desperta para um ócio imposto e que não soube proteger os seus campos e os seus peixes, deixando-se ofuscar não só pelas côdeas europeias distribuídas, como pelos slogans que falavam em direitos dos tais trabalhadores e outros, mas sem consciência cívica nem estudo e só na recalcitração exigente e pouco educada desabando em destruição, manobrada pelos habituais defensores das demagogias artificiais e vazias. Porque os demagogos não defendem, de facto, o povo que dizem defender, lembrando-lhe que há deveres a par dos direitos, e que é precisa toda uma formação técnica e cultural para que o país prossiga com a eficiência precisa. Os demagogos defendem a sua própria aura na instigação à greve e à manifestação como meios de conquista dos direitos.

Mas uma União Europeia não vai destruir os povos que a ela aderiram, sobretudo os que de longa data se preocuparam com o respeito devido a todo o cidadão, criando estruturas e espaços próprios para o seu desenvolvimento, pesassem embora as diferenças mentais e físicas diferenciadoras entre os indivíduos.

Sei que parece infantilidade a referência ao programa cultural francês “Questions pour un champion”, que me põe diariamente embevecida não só pela inteligência posta no seu questionamento, com pistas progressivas de abertura para a resposta exacta, mas pelo envolvimento humano que tal programa contém, neste momento apelando para os trabalhadores dos vários ofícios, noutros momentos chamando os estudantes liceais ou universitários, um programa por onde perpassam figuras dos mais diversos tablados sociais, com difusão universal, no encantamento de uma boa disposição e graça do seu animador, Julien Lepers, que nunca prejudica a seriedade do seu intuito cultural. Ora um país que assim difunde o saber, que um programa destes comporta de expansão progressiva do interesse cultural dos seus cidadãos, com repercussão sobre todos os de outros países presos à sua magia, não é um país para ser riscado algum dia do mapa. O mesmo direi da Inglaterra, da Dinamarca, ou de qualquer outro país do continente europeu tão respeitado no mundo.

Poderão atravessar as suas crises económicas, mas saberão precaver-se dos intuitos fraudulentos comandados por povos de ganância e autoridade ganha pelo próprio sucesso económico

O que nos destrói como país são casos como o que aponto a seguir, chegado pela mesma via informática, que se pode ouvir na Internet, pela voz de Marques Mendes, sobre os espantosos privilégios desses que anualmente se desunham em greves prejudiciais ao país, para obterem ainda mais privilégios do que aqueles de que já usufruem, sem quaisquer comichões de vergonha:

«Para quem não teve a hipótese de ver em directo este programa , não o percam  ...

«REFER, CP, CARRIS, METRO de LISBOA, TRANSTEJO, SOFLUSA, METRO do PORTO, SCTP)
Durante muito tempo todos censuravam os "pseudo-privilégios" da Função Pública, a "gasolina barata" dos militares, carros do Estado em serviço particular, etc...
Vejam (e pasmem!) o que são, na realidade, os privilégios de classe e quem  deles usufrui.
Trata-se  de empresas públicas com muitos milhões de prejuízos  (FALA-SE EM 16 MIL MILHÕES)  acumulados, e / ou insolventes.

Mas o povo prefere reivindicar contra o Governo, que até se está a esforçar por pôr cobro a tanta manigância de falcatrua e mordomias por essas redes poderosas e desonestas, segundo afirma Marques Mendes.

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