quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

É a fé que nos salva


Eu até já estava meio afeita à ideia de colaborar com o meu governo no “custe o que custar” da expressão ministerial e mesmo reparei que o nosso país vai singrando relativamente bem dentro do lema que o 25 de Abril nele instaurou, lema bem de Cristo, há dois mil anos, de Igualdade e Fraternidade, excluída ainda a Liberdade, que o Cristo não ia em modernices tão descabeladas, mas que a Revolução Francesa incluiu, há mais de duzentos, até criando uma guilhotina em condições para semear a liberdade em igualdade, mostrando fraternamente à populaça hilariante, as cabeças perfeitamente cortadas por aquela, dos adeptos, régios e outros, das rígidas desigualdades para sempre “démodées”, embora com focos específicos ainda de manutenção. E foi assim que chegámos à nossa revolução de há 39 anos, reivindicativa do mesmo lema da Liberdade e Igualdade na Fraternidade com os irmãos da vila morena, que 39 anos depois continuam a manifestar-se com igual sanha e a hilaridade dos nossos irmãos franceses de há duzentos, graças a Deus que já sem a assustadora guilhotina, usada agora apenas nos espectáculos de magia ou no corte alinhado de papéis.

De facto, todos os que tomaram nas mãos o leme da governação pós abril – e muitos foram e vão continuar a ser, tenhamos fé, - defenderam que se desunharam a igualdade, içando-se por meios vários ao estatuto dos mais bem remunerados, mas, para disfarçarem e não serem mal interpretados e mesmo vexados com acusações graves de egoísmos antidemocráticos, abriram os cordões da bolsa que lhes caiu do céu das novas políticas europeias e desataram a distribuir pela populaça a côdea disfarçadora, esbanjando o resto em muita construção propiciadora de envolvimentos capitalistas massificadores, porque de acesso generalizador às massas europeias.

E foi assim que se chegou a uma democracia igualitária, com todos a ganharmos um bocadinho mais, numa fraterna escalada de ascensão para a Igualdade, apesar das contínuas reclamações feita pelos adeptos da vila morena - (mantidos um pouco de parte, nas questões da governação) - de subida nos vencimentos para a igualdade ser maior ainda.

Já no ensino, a massificação fraterna produzia há muito a amálgama igualitária tão pregada por Cristo há dois mil anos, expandida há duzentos, e virtuosamente seguida entre nós há quarenta.

Infelizmente o tempo das vacas gordas – superior a sete anos - deu lugar ao das magras – de prazo sem limite, ao que consta, - com a imposição do pagamento aos credores, e o nosso governo apressa-se a cumprir, pagando, para poder receber mais, posteriormente, dado o seu mérito de bom pagador. Nesse sentido, corta à grande nos vencimentos, sobretudo daqueles a quem a formação científica exigiria uma certa diferenciação das tais massas salariais menores, os quais se devem sentir injustiçados, convictos de que os anos de estudo e de trabalho os punham a salvo de tão grande proximidade salarial.

Mas é porque não se sentem, como eu, minimamente coniventes com as doutrinas igualitárias não só de Nosso Senhor Jesus Cristo, como dos que condenaram Luís XVI e esposa à guilhotina, ou dos que estabeleceram no nosso país uma democracia simplificada à maneira.

É verdade que o nosso P.M. garantiu que não pretende tornar permanentes os cortes nos vencimentos, mas ele costuma enganar-se, eu tenho esperança de que os cortes se vão manter “sine die” mesmo sem a guilhotina démodée, e assim chegaremos à tal massificação para a igualdade – (pelo menos a salarial) - pregada por Nosso Senhor Jesus Cristo, há dois mil anos, pelos filósofos enciclopedistas há duzentos e pelos capitães abrilinos há quase quarenta.

Não se fala em extinção da classe média? Não nascem os homens, livres e iguais em direitos?

Digamos não à extinção dos cortes nos vencimentos. Tenhamos fé nos enganos do nosso P.M..

 

 

 

 

 

Eu até já estava meio afeita à ideia de colaborar com o meu governo no “custe o que custar” da expressão ministerial e mesmo reparei que o nosso país vai singrando relativamente bem dentro do lema que o 25 de Abril nele instaurou, lema bem de Cristo, há dois mil anos, de Igualdade e Fraternidade, excluída ainda a Liberdade, que o Cristo não ia em modernices tão descabeladas, mas que a Revolução Francesa incluiu, há mais de duzentos, até criando uma guilhotina em condições para semear a liberdade em igualdade, mostrando fraternamente à populaça hilariante, as cabeças perfeitamente cortadas por aquela, dos adeptos, régios e outros, das rígidas desigualdades para sempre “démodées”, embora com focos específicos ainda de manutenção. E foi assim que chegámos à nossa revolução de há 39 anos, reivindicativa do mesmo lema da Liberdade e Igualdade na Fraternidade com os irmãos da vila morena, que 39 anos depois continuam a manifestar-se com igual sanha e hilaridade dos nossos irmãos franceses de há duzentos, graças a Deus que já sem a assustadora guilhotina, usada agora apenas nos espectáculos de magia ou no corte alinhado de papéis, além de, metaforicamente, no corte dos vencimentos.
De facto, todos os que tomaram nas mãos o leme da governação pós abril – e muitos foram e vão continuar a ser, tenhamos fé, - defenderam que se desunharam, a igualdade, içando-se por meios vários ao estatuto dos mais bem remunerados, mas, para disfarçarem e não serem mal interpretados e mesmo vexados com acusações graves de egoísmos antidemocráticos, abriram os cordões da bolsa que lhes caiu do céu das novas políticas europeias e desataram a distribuir pela populaça a côdea disfarçadora, esbanjando o resto em muita construção propiciadora de envolvimentos capitalistas massificadores, porque de acesso generalizador às massas europeias.
E foi assim que se chegou a uma democracia igualitária, com todos a ganharmos um bocadinho mais, numa fraterna escalada de ascensão para a Igualdade, graças à côdea, apesar das contínuas reclamações feita pelos adeptos da vila morena - (mantidos um pouco de parte, nas questões da governação) - de subida nos vencimentos para a igualdade ser maior ainda.
Já no ensino, a massificação fraterna produzia há muito a amálgama igualitária tão pregada por Cristo há dois mil anos, expandida há duzentos, e virtuosamente seguida entre nós há quarenta.
Infelizmente o tempo das vacas gordas – superior a sete anos - deu lugar ao das magras – de prazo sem limite, ao que consta, - com a imposição do pagamento aos credores, e o nosso governo apressa-se a cumprir, pagando, para poder receber mais, posteriormente, dado o seu mérito de bom pagador. Nesse sentido, corta à grande e à francesa nos vencimentos, sobretudo daqueles a quem a formação científica exigiria uma certa diferenciação das tais massas salariais menores, os quais se devem sentir injustiçados, convictos de que os anos de estudo e de trabalho os punham a salvo de tão grande igualitarismo salarial.
Mas é porque não se sentem, como eu, minimamente coniventes com as doutrinas igualitárias não só de Nosso Senhor Jesus Cristo, como dos que condenaram Luís XVI e esposa à guilhotina, ou dos que estabeleceram no nosso país uma democracia simplificada à maneira.
É verdade que o nosso P.M. garantiu que não pretende tornar permanentes os cortes nos vencimentos, mas ele costuma enganar-se, eu tenho esperança de que os cortes se vão manter “sine die” graças à guilhotina metafórica, e assim chegaremos à tal massificação para a igualdade – (pelo menos a salarial) - igualdade pregada por Nosso Senhor Jesus Cristo, há dois mil anos, pelos filósofos enciclopedistas há duzentos, e pelos capitães abrilinos há quase quarenta.
Não se fala em extinção da classe média? Não nascem os homens, livres e iguais em direitos?
Digamos não à extinção dos cortes nos vencimentos. Tenhamos fé nos enganos do nosso P.M. e nas suas convicções de que os cortes serão temporários. Como diria Solnado, a respeito dos custos de vida em ascensão, estes são temporários porque ainda vão aumentar mais.
Os cortes são temporários porque ainda vão fazer-se mais. É preciso termos fé.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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