quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Os peitorais de Seguro


Hoje estava outra frequentadora do café com quem debitamos trocos das respectivas leituras jornalísticas ou de frequentadoras televisivas, e a conversa inicial versou sobre Obama e a sua reeleição. Eu ia com uma disposição mundana, falei nos casaquinhos das filhas, no baile que ele abriu com a mulher, figuras da nossa simpatia, nos coros maravilhosos com gente bonita, mas a minha amiga preferiu mostrar o seu apreço lembrando as armas que ele quer proibir e logo a outra frequentadora, que todos os dias come um daqueles bolos de bimbi, de fazer crescer a água na boca, porque é gulosa mas também para ajudar a dona do café, boa senhora, falou em terra de cowboys, habituados ao manejo das armas, como factor impeditivo do  êxito de Obama na proibição da venda de armas que ele quer implantar. E a minha amiga lembrou as tabaqueiras e o manancial que representam para o Estado, e acrescentou sábias sentenças sobre o cinismo que preside às ordenações  governamentais visando os bons costumes pela saúde pública, ou vice-versa.

Não, a venda de armas aos civis nunca será proibida nos States, tal como a venda do tabaco por cá, camuflada com as cínicas advertências, nos próprios maços,  da ameaça de morte causada pelo tabaco. Quanto à questão da droga, fecham-se virtuosamente os olhos, apesar das grandes parangonas sobre os apresamentos feitos pela polícia nos barcos  ou nos camiões, que a trazem para aqui de passagem, para ser devidamente traficada. E a droga vai alastrando, como os assaltos à mão armada se vão multiplicando nos Estados Unidos. Mas a minha amiga acredita no Obama, apesar dos seus muitos opositores.
Eu preferi desviar as baterias para as cenas da nossa caricatura diária, os do Governo falando em êxito europeu tendo sido aceite a prorrogação do prazo de pagamento da dívida externa feita a seu pedido, Seguro e os outros logo bramando que há muito o tinham proposto, na ficção do seu horror pelo sofrimento imposto ao povo por esse Governo barbaramente insensível.

 Provaram os do Governo que, a não terem cumprido escrupulosamente os prazos nunca a Troika e a Sr.ª Merkel seriam sensíveis ao pedido, permitindo, com isso a reconquista da credibilidade financeira e a gradual melhoria económica.

Mas os partidos de esquerda, com Seguro no comando, soltaram as âncoras da sua vitória, por terem sido obedecidos, nesta decisão governativa.

Seguro foi o mais expressivo, Tarzan vitorioso, batendo calorosamente nos peitorais. Inchados. Como a rã da fábula.

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