sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O anti-racismo da nossa modernidade

Fala-se muito em assaltos. Toda a espécie de assaltos: aos velhos isolados, aos bancos protegidos, às bombas dos combustíveis, aos lugares onde se julga existir dinheiro. Fala-se em aumento da “onda de criminalidade” mas o governo diz que não, com o auxílio da estatística. Ouve-se dizer que muitos dos assaltantes que agora andam a monte, já estiveram presos por crimes diversos, antes de serem libertos. A libertação dos presos deve-se a factores vários, entre os quais os seus casos não estarem contidos na Constituição. Ou talvez as nossas cadeias não oferecerem condições de habitabilidade. Mas eu julgo que é sobretudo porque gostamos de mostrar que somos generosos e não somos racistas. Porque temos um governo humanista. Humanista significa que ama os homens (as mulheres inclusas). Dantes significava que conhecia os clássicos, as suas obras literárias, as suas “litterae humaniores” que dilataram o conhecimento do homem (a mulher inclusa). Os nossos governantes alimentam-se de outras razões, mais amplas ainda, e generosas, as que reconhecem a igualdade em direitos de todos os homens. É bonito isso. Só que igualdade nunca há. O que impera é o direito da força, das armas ou outras. Porque o velhote que é morto pelo assaltante não teve o direito de resposta.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A matemática de Laurinda Alves

Deve ser por defender o estudo matemático apoiado em concretização do abstracto por meio de variedade de exemplos da realidade simples, mais do que em memorização de regras e repetitividade de exercícios (que, indiscutivelmente conduzem ao desenvolvimento da inteligência – oh! os Palma Fernandes de antanho, como seriam úteis "ogano"!), que se justifica o estranho título de Laurinda Alves “Atitude Xis”. Tivera feito mais exercícios do Palma Fernandes, veria, L. A., que o Xis remete para variedade de incógnitas, o que não acontece com o título do seu livro.
Com efeito, a leitura deste livro aponta para uma única solução, neste seu olhar positivo sobre a vida: a solução da paz íntima, do bem-estar espiritual, do amor, da felicidade causada pela contemplação da natureza, mesmo outonal, sejam quais forem os motivos para que se apresente negativo o nosso olhar face aos desmandos no país e no mundo: a passividade e inércia portuguesas em contraste com o garbo alheio, bem visível na “caminha” do atleta olímpico para justificar o seu falhanço, o desemprego nacional e seus problemas, a corrupção e suas consequências, a mediocridade geral contrastante com o aproveitamento que dela fazem os políticos argutos... E lá fora as guerras, a violência, os tribalismos, a fome, a prepotência, os fundamentalismos das nossas limitações...
Atitude Xis”? Os bonitos entardeceres, os amores e os amantes, as perspectivas felizes , o gostar do mundo...
A banalização dos sentimentos nesta constante visão optimista, ao falsear a realidade geral, neste sério ditar de regras de bem-estar, centrado numa “auto-estima”, cliché actual de significado vazio, gerado numa vaidosa auto-convicção de capacidade, naturalmente que subjectiva e inane.
Quando Voltaire escreve “Candide ou O Optimismo”, é a visão irónica que dá dimensão ao conto. “Atitude Xis”? Não, apenas essa, sem variantes, nem a dimensão que o Xis implica...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Os referentes

Isto de, a torto e a direito, nos servirmos de referentes literários ou outros, devia acabar, diz-se. Parece que não temos suficiente confiança nos nossos próprios méritos e vai daí, toca a servir-nos dos méritos alheios para enriquecer o que escrevemos. Há mesmo quem use o plágio despudorado, o que é feio. Só o Homero é que não teve por onde copiasse aquelas histórias célebres, que tantos depois glosaram, mas talvez por isso acharam que ele não existiu e que os seus cantos vieram das mentes do povo, como se fossem as trovas do nosso.
O que é certo é que, como disse Mallarmé, “Mais ou menos todos os livros contêm, medida, a fusão de qualquer repetição”, citação contida no texto “Estratégia da Forma” em “Poétique, Intertextualidades” de Laurent Jenny (Livraria Almedina). Por isso não podemos estranhar as influências, que resultam das nossas leituras e experiências, enriquecendo-as com as referências que venham a talhe de foice. O Platão que o diga, que se serviu do Sócrates para lhe aplicar a doutrina, mas escrupulosamente o pôs sempre como mentor nos seus Diálogos.
Clássicos ou Modernos, todos imitaram e citaram. Era higiénico lembrar os greco-latinos, e o Garrett, por muito romântico que fosse, não deixou de os usar também. E o querido Eça, meu Deus! Mas como foram grandes e originais! O “Rei Lear” do Shakespeare já se lia nas lendas medievais. A história da Helena de Tróia, por exemplo, quantas obras descomunais originou! A peça dramática “La Guerre de Troie n’aura pas lieu” do Giraudoux, o romance humorístico de John Erskine “A Vida Privada de Helena de Tróia”, que espanto, que graça, que encanto! E as variantes da “Antígona”! Como foi feliz Jean Anouilh glosando Sófocles!
Por isso devemos ser gratos a todos esses grandes que serviram à nossa formação e que não morreram, nem os seus heróis, porque são imortais, enquanto o sol nos aquecer.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Na terra tanta guerra 2

Foi Camões que o disse, mas o “bicho da terra” a cada passo o demonstra, nas famílias, nos clãs, nas estradas, nos bancos, nos países, na Bíblia, na História, nos matagais africanos e sulamericanos, em cada um de nós... Mais recentemente, na Geórgia...
É preciso paciência. A Guerra de Tróia deu brado, para mais de origem divina e muito feminina, mas as guerras propriamente humanas foram por demais também. Júlio César até escreveu sobre as suas conquistas na Gália, e o Napoleão foi um triunfador e peras. Enquanto foi.
Nada, é certo, como nestes nossos séculos XIX e XX em que cada guerra é responsável na irradiação das matanças. Dantes a coisa fazia-se mais cara a cara, praticavam-se heroísmos gostosos. Que o diga Roland e o nosso Nun’Álvares. Agora está-se mais desprevenido, morre-se assim à matroca, atabalhoadamente, conforme apetece aos chefes, que estão sempre a salvo, pois podem impor a guerra de cátedra. É nos fornos crematórios dos campos de concentração, é nos trabalhos forçados dos campos siberianos, é com bombas atómicas, é, mais actualmente, com as armas nucleares ou biológicas, um fartote de meios requintados para os genocídios, não falando nos terroristas, que estes limitam-se às explosões, embora de grande alcance já, e não se importam de se suicidarem, desde que possam liquidar com fartura.
É por isso que, em atenção aos recentemente sacrificados georgianos, gostaria de prestar homenagem aos seus mortos, e a minha solidariedade aos seus vivos, em pânico, por meio de textos consagrados de grandes escritores portugueses que assim definiram a guerra e os seus heróis – Vieira (1608/1697), e o texto “É a guerra”, in “Sermão Histórico e Panegírico”, Nicolau Tolentino (1741/1811), e a sátira “A Guerra”, Reinaldo Ferreira (1922/1959), - “Receita para fazer um herói” in “Poemas”.
Mas o alerta dos pensadores de nada serve, tudo isto vai continuar até à consumação dos tempos, cada vez mais sem travão, de retorno ao caos do início...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

“Na terra tanta guerra...”

Foi Camões que disse, mas o “bicho da terra” a cada passo o demonstra, nas famílias, nos clãs, nas estradas, nos bancos, nos países, na Bíblia, na História, nos matagais africanos e sulamericanos, em cada um de nós... Mais recentemente, na Geórgia...
É preciso paciência. A Guerra de Tróia deu brado, para mais de origem divina e muito feminina, mas as humanas foram por demais também. Júlio César até escreveu sobre as suas conquistas na Gália, e o Napoleão foi um triunfador e peras. Enquanto foi.
Mas nada como nestes séculos XIX e XX em que cada guerra é responsável na irradiação das matanças. Dantes era mais cara a cara, praticavam-se heroísmos gostosos. Que o diga Roland e o nosso Nun’Álvares. Agora está-se mais desprevenido, morre-se assim à matroca, atabalhoadamente, conforme apetece aos chefes, que estão sempre a salvo, pois podem impor a guerra de cátedra. É nos fornos crematórios dos campos de concentração, é nos trabalhos forçados dos campos siberianos, é com bombas atómicas, é, mais actualmente, com as armas nucleares ou biológicas, um fartote de meios requintados para os genocídios, não falando nos terroristas, que estes limitam-se às explosões embora de grande alcance já, e não se importam de se suicidarem, desde que possam liquidar com fartura.
É por isso que, em atenção aos recentemente sacrificados georgianos, não resisto a prestar homenagem aos seus mortos, por meio de textos consagrados de escritores portugueses que assim definiram a guerra e os seus heróis:

Do Padre António Vieira (1608/1697), in “Sermão Histórico e Panegírico”:
É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre, que leva os campos, as casas, as vidas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta por todas as calamidades, em que não há mal algum que, ou se não padeça ou se não tema: nem bem que seja próprio e seguro. O pai não tem seguro o filho, o rico não tem segura a fazenda, o pobre não tem seguro o seu suor, o nobre não tem segura a honra, o eclesiástico não tem segura a imunidade, o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus, nos templos e nos sacrários, não está seguro.

De Nicolau Tolentino de Almeida (1741/1811), “Excertos da sátira “A GUERRA” ( 15 de 48 quintilhas):
«“Musa...”

“Deixa equipar Inglaterra / Com naus de alterosa popa, / Deixa regar sangue a terra; / Que te importa que na Europa / Haja paz ou haja guerra? “ ....

“Que tens tu que ornada história / Diga que peitos ferinos / Em sanguinosa vitória, / Inumanos, assassinos, / São do mundo a honra e a glória?”
“As guerras precisas são, / Nelas a paz se assegura; / Não metas em tudo a mão, / Musa louca; porventura / Encomendaram-te o sermão?”
“Deixa que roto taful, / A quem na pátria foi mal, / Vá cruzar de norte a sul; / Cubram-lhe o corpo venal / Três palmos de pano azul.”
“Deixa que em tarimba estreita / O desperte a aurora ingrata; / Que o duro cabo que o espreita / O faça ao som da chibata, / Virar à esquerda e à direita.”
“Deixa-lhe em sangue envolver / Duro pão que lhe dá Marte; / E para poder viver, / Deixa-lhe aprender esta arte / De matar e de morrer.” ....

“Dizes que uma guerra acesa / É teatro de impiedade / Chamas-lhe uma fereza, / Flagelo da humanidade, / Triste honra da natureza.” ...

“Entre horrorosos troféus, / O general desumano / Manda falso incenso aos céus / E de espalhar sangue humano / Vai dando louvores a Deus.” ...
“Tirando então consequências, / Zombar dos homens procuras, / E das suas vãs ciências; / Sempre cheias de loucuras, / E cheias de incoerências;”
“Se a paz, em dias felizes, / À cara pátria os conduz, / Dizes que estes infelizes / Mostram, rindo, os peitos nus, / Cortados de cicatrizes;
Que este reconta aos parentes / Como em perigoso passo, / Zunindo balas ardentes, / Uma lhe quebrou o braço, / Outra lhe levou os dentes; “
“Que outro, da perna cortada / Abençoa a horrível chaga, / Porque ao peito pendurada / Trará algum dia em paga, / Inútil fita encarnada;” ....

“Se os homens se não matassem, / E impunemente crescessem, / Pode ser que não achassem / Nem fontes de que bebessem / Nem campos que semeassem.” ...

“Sabe-se que mil males faz / A mole tranquilidade / E que em seu seio nos traz / Brando luxo e ociosidade, / Danosos filhos da paz;” ...

“ Deixa, pois, haver queixumes; / Metam-se armadas no fundo, / Acenda a guerra os seus lumes; / Que assim tornará ao mundo / A inocência dos costumes;” ...

De Reinaldo Ferreira (1922/1959), in “Poemas”: “Receita para fazer um herói”
Tome-se um homem, / Feito de nada, como nós, / E em tamanho natural. / Embeba-se-lhe a carne, / Lentamente, / Duma certeza aguda, irracional, / Intensa como o ódio ou como a fome. / Depois, perto do fim, / Agite-se um pendão / E toque-se um clarim.
Serve-se morto.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A mulher pecadora 2

As mulheres foram sempre muito mal vistas na sociedade, atribuindo-se-lhes pacto com o diabo. Também houve damas espiritualizadas, mas só no lirismo de fonte mariânica, pois a maioria foi maltratada e mesmo as bruxas arderam nas piras eclesiásticas. Hoje já não se põe o problema, mais permissiva a sociedade, pelas conquistas dos direitos femininos. Mas se Madalena se livrou de pedradas, foi só graças a Cristo, que assim inocentou muitos desmandos do seu clero.
Contudo, a sociedade descrita pelos escritores revela facetas de menor justiça com as mulheres, que até a si se condenam quando pecadoras – caso da Phèdre que, além do seu ciúme que leva à morte o amado Hipólito, seu enteado, se mata de vergonha e remorso, punível o crime de incesto, como já demonstrara Sófocles, fazendo Jocasta enforcar-se, e Édipo só cegar-se. Se, no romantismo francês, há uma pérfida Milady, ela será punida pelos mosqueteiros. Quanto à Dama das Camélias, a doença a condenará pelos seus pecados, não podendo ficar impune quem tanto pecou, embora amando tão devotadamente. Jane Eyre, heroína que muito sofreu em criança às mãos da madrasta e no colégio interno, dirigido por impiedoso tartufo, será excepção, no livro de C. Bronte. A própria Madame Bovary se condenou, suicidando-se. Pecou muito, na opinião do meio medíocre ou prepotente de que quis fugir, iludida com os arremedos de felicidade da sua imaginação inquieta. O mesmo sucederia com Thérèse Desqueyroux, cuja exacerbação pela chateza em que vivia, a leva, sem convicção, a um gorado assassínio do marido, sendo condenada pelo desprezo dos familiares e auto-anulamento imposto por aquele. Os livros que ficcionam amores livres como “O Amante de Lady Chatterley”, de Lawrence são censurados e até retirados da circulação por uma sociedade machista, mais aberta às perversões dos homens, até do marquês de Sade. Mas a mulher superou grandemente esses ostracismos. Simone de Beauvoir bem o desmascara, e a original Françoise Sagan...


Versão reduzida ( 1999 caracteres com espaços) do texto anterior (3943 com espaços), a pedido da Revista JN, para onde fora enviado.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A Mulher pecadora

As mulheres foram sempre muito mal vistas na sociedade, houve até quem lhes atribuísse pactos com o demónio. É claro que sempre houve damas espiritualizadas mas só no lirismo medieval e clássico (para além das Escrituras, é certo, onde a Virgem Maria é a mulher espiritual, a eleita de Deus), mas a par dessas também houve as tratadas sem consideração e as próprias bruxas passaram mal e chegaram a arder nas fogueiras por conta da Igreja, salvo se conseguissem escapar cavalgando a vassoura.
Felizmente que já não se põe o problema nos dias de hoje, de sociedade mais aberta e permissiva, consequente das conquistas dos seus direitos pelas feministas e pelos escritores que trouxeram o problema para a ribalta política e social.
De resto, já a própria Madalena não chegou a levar as pedradas dos justiceiros judeus, e isso graças a um Cristo piedoso e compreensivo, que assim desculpabilizou muitos dos desmandos passados e actuais, do seu clero.
Mas a sociedade que nos é descrita pela pena dos homens ou das mulheres revela facetas de uma menor justiça para com as mulheres, que aliás se condenam a si próprias quando se sentem pecadoras – caso da heroína Phèdre do Racine, apaixonada pelo enteado que, além do ciúme que a leva ao desvario de condenar Hipólito, se mata de vergonha e remorso, o crime de incesto sendo altamente punível, como já fora demonstrado por Sófocles, que fez enforcar-se Jocasta, enquanto só furou os olhos de Édipo, em autopunição, o qual ainda teve hipótese de passear por Colona acompanhado da filha Antígona, nimbado de uma aura toda espiritual.
No romantismo francês, se existe uma pérfida Milady bastante livre, ela será justiçada sem remissão pelos três mosqueteiros e por D’Artagnan, cheios de razões de queixa, e com o apoio, certamente, dos leitores do livro. Quanto à Margarida Gautier, a dama das camélias, será a doença que a condenará pelos seus pecados, pois não poderia ficar impune quem tanto pecou, embora tivesse amado Armando Duval com tanto espírito de sacrifício.
Mas já Jane Eyre, heroína inglesa, disciplinada e de moral rígida, que muito sofreu em criança, às mãos da má madrasta e dos pseudo-irmãos despóticos e mais tarde no colégio interno dirigido com mão de ferro por quem usava muito hipocritamente a religião de Cristo, é, todavia, destinada a viver a sua grande paixão, feita de dedicação total, no livro romântico de Charlote Bronte, que ainda hoje poderia servir de modelo aos nossos jovens, os quais mergulham depressa demais nos amores adultos, sem preparação para assumirem os encargos ou as generosidades que aqueles pressupõem.
Madame Bovary também foi condenada e ela própria se condenou, suicidando-se. Pecou, realmente, muito, na opinião daquele meio medíocre ou prepotente em que vivia e de que quis fugir, sempre iludida com os arremedos de felicidade da sua imaginação insatisfeita e inquieta. O mesmo sucederia com a Thérèse Desqueyroux, do Mauriac, cuja exacerbação pela chateza em que vivia, a leva, sem muita convicção, a um gorado assassínio do marido, escapando à condenação do tribunal para ser condenada posteriormente pelo desprezo dos familiares e imposição de auto-anulamento e auto-mudez pelo marido, que felizmente, por fim a libertou.
Os livros que ficcionam amores livres como “O Amante de Lady Chatterley”, de David H. Lawrence são condenados e até retirados da circulação, por alguns anos, por uma sociedade amiga dos bons costumes. Sociedade machista e condenatória, mais aberta às perversões dos homens, do próprio marquês de Sade. Mas a mulher hoje em dia superou grandemente esses ostracismos. Simone de Beauvoir bem o desmascara, e a original Françoise Sagan.
Entre nós, “O Livro das Três Marias” também deu escândalo pela ousadia. E temos sempre Lili Caneças, como exemplo da mulher livre e desinibida, Deus a conserve, que tem a simpatia dos nossos homens e até mesmo das nossas mulheres que dela falam nas tertúlias sentimentais.